A paralisia cerebral (PC) é um grupo de desordens permanentes que ocorrem durante a fase fetal ou primeira infância. Essas desordens podem alterar as habilidades de comunicação, coordenação, força, comportamento e habilidade sensório-motora da criança. A PC é a incapacidade mais comum entre as crianças, afetando mais de 100 milhões. Dentre as alterações ocasionadas pela PC, a espasticidade é a mais presente. Nos membros superiores, a espasticidade se apresenta em padrões de flexão, afetando significativamente a habilidade das mãos. Para permitir que crianças com PC tenham a oportunidade de utilizar as mãos, o uso de órteses funcionais como intervenção terapêutica é recomendado. Visando melhorar a qualidade de produtos ortopédicos, a tecnologia tridimensional (3D) vem apresentando resultados promissores. Essa abordagem proporciona produtos altamente customizados, gerando órteses com projetos único e qualidade. Desse modo, as órteses desenvolvidas por meio dessa alternativa, aumentam a satisfação do paciente com o produto além de facilitar sua adesão e usabilidade. Sendo assim, esta pesquisa tem a finalidade de recomendar um protocolo para desenvolver uma órtese customizada de punho-mão utilizando ferramentas da tecnologia 3D. Para isso, foram utilizadas várias etapas da tecnologia 3D, tais como: (1) um sistema de digitalização 3D - para aquisição da geometria do antebraço-mão; (2) o programa Meshmixer - para a modelagem 3D; (3) uma impressora 3D de baixo custo - para fabricação do produto. Adicionalmente, esse estudo pretende avaliar, por meio de um teste de funcionalidade das mãos Jebsen-Taylor (JTTHF – Jebsen Taylor Test Hand Function), se a órtese fabricada com tecnologia 3D desempenha a função esperada. Sendo assim, conclui-se que o protocolo sugerido por essa pesquisa, foi capaz de desenvolver uma órtese funcional para punho-mão que obteve ajuste perfeito ao braço do participante, proporcionando conforto e funcionalidade, com apelo estético. Além de proporcionar melhora na habilidade da mão afetada. Nesta pesquisa, por meio da utilização da órtese pela mão afetada, observou-se uma melhora nas seguintes habilidades: escrita (13 s), pegar objetos pequenos (0,9 s) e durante a simulação de alimentação (69,3 s).