Objetivou-se com o presente estudo avaliar o consumo, o coeficiente de digestibilidade dos nutrientes, o balanço de compostos nitrogenados, os parâmetros ruminais e sanguíneos, a curva de crescimento e a viabilidade econômico-financeira de ovinos da raça Somalis Brasileira submetidos a dietas com diferentes níveis dietéticos em confinamento. Foram realizados quatro ensaios experimentais. No primeiro ensaio foi adotado um delineamento inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial 3x2, sendo três relações de nutrientes digestíveis totais (NDT) e proteína bruta (PB) (NDT:PB 422:70; 643:102 e 763:120) e dois sexos (12 macho inteiro (15,40±3,21 kg) e 12 fêmeas (14,86±2,50 kg)). Ovinos alimentados com dieta NDT:PB 422:70 apresentaram menores consumo de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), PB, extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CT), carboidratos não fibrosos (CNF), NDT, menor digestibilidade da MS, MO, PB e EE e menor nitrogênio ingerido (NI), nitrogênio fecal (NF) e nitrogênio excretado (NEX). Houve interação para nitrogênio urinário (NU) e para as relações NR/NI, NU/NI e NEX/NI. Independentemente do sexo, os níveis dietéticos de energia e proteína influenciaram as variáveis avaliadas. No segundo ensaio, adotou-se um delineamento inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial 3x2, sendo três dietas (NDT:PB 524:75; 668:81 e 781:95) e dois sexos (10 macho inteiro (26,68±5,79 kg) e 11 fêmeas (24,98±4,45 kg)). Maior consumo de MS, MO, PB, EE, componentes fibrosos, maiores valores de NI, NF e NR e maior consumo de proteína metabolizável foram observados para machos inteiros. Ovinos alimentados com a dieta NDT:PB 781:95 apresentaram maiores digestibilidade de nutrientes, maior NI, NR, NF/NI, NR/NI, glicose e menores consumo de componentes fibrosos. Machos inteiros apresentaram maiores respostas e a maior relação NDT:PB proporcionou melhores resultados para as variáveis estudas. No terceiro ensaio, adotou-se um delineamento inteiramente ao acaso em arranjo fatorial 2x2, sendo duas dietas (0 e 15% de redução nos valores de NDT e PB) e dois sexos (8 machos inteiros e 8 fêmeas). O ganho de peso médio diário e as relações do ganho médio diário com o consumo de matéria seca (CMS) não foram influenciadas pela classe sexual e nem pela dieta. Na primeira fase, as classes sexuais não influenciaram as variáveis analisadas, sendo que ovinos alimentados com a dieta com 15% de redução apresentaram maior eficiência alimentar (EA) e menor CMS. Na segunda fase, a dieta não influenciou as variáveis avaliadas. Os machos inteiros apresentaram maior peso vivo final, CMS e as fêmeas melhor EA. O peso à maturidade foi semelhante, entretanto a taxa de maturidade diferiu entre os sexos. A maior taxa de crescimento absoluto (TCA) foi observada para animais que receberam a dieta com 0% de redução, com ponto de máxima próximo aos 90 dias para ambas as classes sexuais. Independentemente do sexo, a redução de 15% para NDT e PB afeta a taxa de maturidade e machos inteiros apresentaram maior TCA do que as fêmeas. No quarto ensaio foram realizadas quatro simulações de cenários produtivos considerando duas classes sexuais (8 machos (15,75±2,25 kg) e 8 fêmeas (14,91±2,12 kg)) e duas dietas (0 e 15% de redução nos níveis NDT e PB). Para ambos os sexos, a dieta com 15% de redução apresentou maior renda líquida, taxa de retorno, taxa interna de retorno, índice de lucratividade, taxa de rentabilidade e menor pay back quando comparada à dieta com 0% de redução. O aumento na favorabilidade do preço de venda torna a atividade viável. Independentemente da classe sexual, a redução de 15% de NDT e PB não afetou os índices econômicos e financeiros.