O trabalho teve como objetivo estudar as características produtivas da raça Gir Leiteiro. Foram estimados os parâmetros genéticos para as características de peso da vaca ao parto e produção de leite. Também foram avaliadas as frequências genotípicas dos animais para a beta-caseína e kappa-caseína, bem como sua associação com as características de produção e composição do leite. No estudo de estimativa de parâmetros genéticos para peso da vaca ao parto (PP) e produção de leite acumulada aos 305 dias de lactação (P305) foram utilizadas análises bicaracterísticas, sob um modelo animal, com dados oriundos de 2 fazendas, de partos ocorridos entre os anos de 1984 a 2019. Foram utilizadas 1.587 informações de pesos da vaca ao parto (PP) e 3.617 lactações encerradas (P305), pertencentes a 2.131 fêmeas. Os efeitos aleatórios considerados no modelo foram os efeitos genético-aditivo direto, de ambiente permanente e residual e, os efeitos fixos de grupos de contemporâneos e a idade da vaca ao parto como covariável (efeito linear e quadrático). As herdabilidades estimadas foram de 0,20 e 0,28 para PP e P305, respectivamente. A correlação genética estimada entre PP e P305 foi positiva e de moderada magnitude (0,60), indicando que a seleção para ambas características possa ser realizada de forma simultânea. No estudo de polimorfismos da beta-caseína e kappa-caseína foram estimadas as frequências alélicas e genotípicas na raça Gir Leiteiro, bem como os efeitos dos genótipos sobre a produção (P305) e composição do leite (gordura e proteína). Os dados analisados foram provenientes de 2.496 animais, sendo 408 machos e 2.088 fêmeas. Para os machos, a frequência genotípica para beta-caseína foi de 0,01, 0,15 e 0,84 para os genótipos A1A1, A1A2 e A2A2, respectivamente. Para as fêmeas a frequência genotípica para a beta-caseína foi similar, de 0,01 0,19 e 0,80 para A1A1, A1A2 e A2A2, respectivamente. A frequência alélica para a beta-caseína foi de 0,09 para o alelo A1 e 0,91 para o A2, nos machos e, nas fêmeas, de 0,11 para o alelo A1 e de 0,89 para o alelo A2. A frequência genotípica para kappa-caseína para os machos foi de 0,83, 0,16 e 0,01 para os genótipos AA, AB e BB, respectivamente, e 0,82 0,17 e 0,01, para os genótipos AA, AB e BB para as fêmeas, respectivamente. As frequências alélicas foram semelhantes, sendo de 0,90 para o alelo A e 0,10 para o alelo B nos machos e de 0,91 para o alelo A e 0,09 para o alelo B, nas fêmeas. Nas análises de variância para produção e composição do leite houve efeito significativo de ambos os genótipos (beta-caseína e kappa-caseína) sobre a produção de leite (p<0,05), com média estimada superior para os animais com o genótipo A2A2 da beta-caseína e para AA da kappa-caseína. Estimou-se o efeito da substituição alélica para a beta-caseína com aumento de 217,31 kg de leite para o alelo A2, e aumento de 275,57 kg de leite para o alelo A da kappa-caseína. Para a composição do leite não houve efeito significativo (p<0,05) dos genótipos da beta-caseina ou kappa-caseína sobre a produção de gordura e de proteína no leite.