Os efeitos da injeção in ovo de glicerol (GLY) e do fator de crescimento semelhante à insulina
(IGF-I) sobre a eclodibilidade, parâmetros bioquímicos, morfometria intestinal, desempenho e
características de carcaça de frangos de corte foram avaliados. Para isso, três experimentos
foram conduzidos; o primeiro avaliou diferentes concentrações de GLY (controle nãoinjetado
e cinco soluções salinas contendo 0, 10, 20, 40 e 80 nmol/mL de GLY); o segundo
diferentes doses de IGF-I (controle não-injetado e cinco soluções salinas contendo 0; 12,5; 25;
37,5 e 50 ng/embrião de IGF-I); e o terceiro a associação de GLY e IGF-I (controle nãoinjetado
e quatro soluções salinas contendo 0, 10 nmol/mL de GLY, 100 ng/mL de IGF-I e
GLY + IGF-I). As injeções foram realizadas aos 17 dias de incubação. No primeiro
experimento, as doses de 10, 20 ou 40 nmol/mL de GLY reduziram (P<0,01) o tempo de
incubação e as doses de 20, 40 ou 80 nmol/mL de GLY diminuíram (P<0,01) a glicemia. A
dose de 80 nmol/mL de GLY diminuiu (P=0,01) o glicogênio muscular e as doses de 40 ou 80
nmol/mL de GLY aumentaram (P=0,02) a atividade da frutose 1,6-bisfosfatase (FBP). O uso
de 20 ou 40 nmol/mL de GLY aumentou (P<0,05) o peso do duodeno no 1º e no 7º dia de
idade. As diferentes concentrações de GLY aumentaram (P=0,02) o peso de peito aos 7 dias
de idade e a deposição de gordura abdominal aos 40 dias de idade. Aos 7, 14 e 21 dias de
idade, as doses de 10 ou 20 nmol/mL de GLY resultaram em frangos com melhor (P<0,05)
desempenho. Nenhum efeito de GLY foi observado (P>0,05) sobre a eclodibilidade, atividade
da glicerol quinase, teor de glicogênio hepático, morfometria intestinal e ácido úrico. No
segundo experimento, a dose de 50 ng/embrião de IGF-I aumentou (P<0,05) a eclodibilidade
e o glicogênio muscular. Menor (P<0,01) glicemia e maior (P<0,01) atividade da FBP foram
observadas com a injeção de 12,5 ng ou mais de IGF-I/embrião. Aos 7 dias de idade, as doses
de 25, 37,5 ou 50 ng/embrião de IGF-I aumentaram (P=0,04) o peso de peito. Maior (P<0,01)
relação altura de vilos/profundidade de cripta no duodeno foi observada com injeção de 12,5,
25 ou 37,5 ng/embrião de IGF-I após a eclosão e aos 7 dias de idade com as doses de 37,5 ou
50 ng/embrião de IGF-I no jejuno e no íleo com as diferentes concentrações de IGF-I.
Nenhum efeito de IGF-I foi observado (P>0,05) sobre o tempo de incubação, ácido úrico,
desempenho e características de carcaça. No terceiro experimento, a injeção de GLY ou de
IGF-I aumentou (P=0,01) o teor de glicogênio hepático. Maior (P<0,05) teor de glicogênio
muscular e altura de vilos no jejuno e no íleo após a eclosão foi obtido com a injeção de GLY.
As substâncias aumentaram (P=0,05) o peso de fígado e diminuíram (P=0,05) a atividade da
FBP. Aos 7 dias de idade, menor (P<0,01) peso de fígado e maior (P=0,02) peso de íleo foram
observados, respectivamente, com GLY e IGF-I. Aos 14 dias de idade, a injeção de IGF-I
resultou em frangos de corte com maior (P<0,01) ganho de peso e melhor (P=0,05) conversão
alimentar. Aos 35 e 42 dias de idade, o uso de GLY ou IGF-I ou GLY + IGF-I aumentou
(P<0,01) o consumo de ração e o ganho de peso em relação ao grupo não injetado. Nenhum
efeito das substâncias injetadas foi observado (P>0,05) sobre a eclodibilidade, tempo de
eclosão, glicemia e características de carcaça aos 42 dias de idade. Conclui-se que o GLY
associado ou não ao IGF-I pode ser utilizado como substrato na nutrição in ovo de frangos de
corte para melhorar o desempenho dos frangos de corte e que o IGF-I pode ser utilizado na
dose de 50 ng/embrião para aumentar a eclodibilidade.