Os estudos sobre enriquecimento ambiental enfatizam a importância do seu uso para promover emoções positivas e melhora do bem-estar dos animais. Cães que vivem confinados muitas vezes não conseguem expressar seus comportamentos naturais, sendo que objetos de enriquecimento ambiental (OEA) que despertem o interesse dos animais podem melhorar sua qualidade de vida. Neste estudo, foi avaliada a preferência de cães em relação a OEAs de cores diferentes e formatos iguais, buscando-se verificar se existe influência da lateralidade motora na escolha. Os testes foram realizados em um canil particular com 20 cães confinados da raça Pastor Australiano. Na semana anterior ao teste, o objeto – bola de plástico – na cor preta, foi apresentado a todos os cães em suas baias. Durante a fase de apresentação do objeto, os cães que demonstraram medo ou ansiedade não foram incluídos no estudo. A preferência foi avaliada utilizando-se o teste de dupla escolha. No teste de lateralidade, foram oferecidos aos cães, a cada teste, dois objetos (bola de plástico) de mesma cor e anotado o lado da preferência (direito ou esquerdo). A opção de escolha foi considerada aquela com a qual o cão interagiu primeiro (pegar com a boca ou tocar com as patas), durante o período de observação. Caso o cão não tenha interagido com nenhum objeto, o teste foi computado como “sem preferência”. O teste de preferência de cores foi conduzido da mesma forma do anterior, sendo utilizados como objetos bolas de cores amarelo, azul e vermelho. Os dados coletados foram organizados em planilhas de dados e, por se tratar de variável qualitativa, a análise descritiva foi conduzida a partir das proporções de preferência de cada OEA. A fim de comparar tais proporções, o teste de qui-quadrado foi utilizado à 0,05 de significância. O mesmo procedimento foi adotado a fim de determinar a frequência de preferência das cores testadas. No teste de preferência de cores entre as cores os resultados entre as cores amarelo e azul foram de 46,7% e 53.3% respectivamente, entre as cores amarelo e vermelho, 45,8% e 54,2% e por fim, entre as cores azul e vermelho 49,2% e 50,8% respectivamente não de verificando assim uma preferência de cor dos cães da raça Pastor Australiano apesar de resultados de outros estudos já terem concluído que os cães conseguem diferenciar cores. Em relação à lateralidade, observou-se preferência pelo lado esquerdo de 72,5% em detrimento do lado direito 27,5%, todavia é possível que a mesma tenha sido influenciada pela aprendizagem, já que todos os cães do canil têm o mesmo histórico de vida, e a saída de suas baias ser sempre para o lado esquerdo. Diante dos resultados observados no presente estudo, a lateralidade pode influenciar a escolha no teste de preferência e esta pode ser influenciada pelo ambiente e manejo dos animais. Assim, para confirmação dos resultados evidenciados aqui, sugere-se a realização de novas pesquisas, com maior amostragem em ambiente que elimine o efeito da rotina e aprendizado.