Este estudo teve como objetivo identificar os comportamentos de jumentos indicativos de dor aguda e a partir desses comportamentos refinar e validar uma escala para avaliar dor aguda nesses animais. Quarenta e quatro jumentos adultos foram submetidos à castração após sedação com xilazina endovenosa (IV), indução com éter gliceril-guaiacol e tiopental IV, bloqueio anestésico local e manutenção com isoflurano. Os animais foram monitorados por vídeos que foram assistidos para registro de toda linguagem corporal expressada pelos jumentos. A escala foi construída a partir desses vídeos, associado a comportamentos álgicos descritos para equinos, seguido de validação de conteúdo. A escala foi avaliada por três avaliadores cegos e um observador padrão-ouro, por meio de vídeos editados referentes ao pré-operatório e pós-operatório, que compreendeu: três a quatro horas após a recuperação anestésica, entre 5 e 6 horas após a recuperação anestésica (2 horas após o resgate analgésico com flunixin - 1,1 mg / kg, dipirona - 10 mg / kg e morfina - 0,2 mg / kg IV) e 24 horas após a cirurgia. A validade de conteúdo, sensibilidade, especificidade e a capacidade de resposta dos comportamentos foram utilizados para refinar a escala. A confiabilidade intra e interobservador foi determinada pelo coeficiente Kappa ponderado, validade de critério pela comparação da escala proposta com a escala visual analógica (VAS), consistência interna pelo coeficiente α de Cronbach, correlação item-total pelo coeficiente de Spearman e escore de resgate analgésico pelas características operacionais do receptor curva e índice de Youden. O principal comportamento relacionado a dor nos jumentos foi a elevação do membro pélvico. A escala apresentou confiabilidade intraobservador muito boa (0,88 - 0,96), confiabilidade interobservador variou de boa a moderada (0,56 - 0,66), mostrou responsividade para todos os itens, boa validade de critério. EVA (0,75), consistência interna aceitável (0,64), e exceto pela posição do pescoço e direção da cabeça, correlação item-total adequada e de acordo com a análise de componentes principais, boa associação entre os itens. A precisão do ponto de resgate analgésico foi excelente (área sob a curva = 0,91). O escore de resgate analgésico foi ≥ 3 de 11 pontos. A UFERSA-Unesp pode diagnosticar e quantificar a dor aguda em jumentos submetidos à castração, pois o instrumento é confiável e válido, com um escore analgésico de intervenção definido.