No Brasil, foram gastos na última década mais de R$ 28 bilhões da Seguridade Social com despesas acidentárias. Para melhor entender esse problema, o objetivo desse trabalho foi desenvolver uma metodologia quali-quantitativa e disponibilizar uma nova ferramenta para a gestão do risco em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) baseado no Modelo de Avaliação de Risco Potencial (MARP), e assim analisar sua aplicabilidade como ferramenta de gestão de SST em Instituições de ensino. Neste trabalho foram avaliados 13 laboratórios da área de química, 4 de mecânica e 9 de eletrotécnica utilizados para ensino e pesquisa, no Instituto Federal da Bahia, como estudo de caso da ferramenta. Existem poucos estudos sobre riscos ocupacionais em ambientes acadêmicos que acumulam 1% dos totais de doença e acidentes de trabalho ocorridos no Brasil na iniciativa privada. Foram então desenvolvidos os Indicadores de Controle de Risco (ICR) com base nas legislações de SST, modelados na forma de Roteiros Objetivos de Inspeção (ROI) para o cálculo do Risco Potencial (Rp) dos setores a serem avaliados. O instrumento desenvolvido foi aplicado nos 26 laboratórios, produzindo um panorama do risco potencial e das condições do ambiente laborais dos laboratórios do IFBA delimitados na amostra. O estudo revelou que 5 dos 26 laboratórios avaliados encontram-se com o Rp considerado inaceitável, de acordo critérios estabelecidos, 20 obtiveram resultado considerado tolerável e apenas 1 conseguiu ser classificado como Rp desejável. Os resultados demonstram a usabilidade da ferramenta desenvolvida, cujos resultados da avaliação indicaram fragilidade da gestão de SST presente na instituição avaliada e apresentam os pontos a serem desenvolvidos para a diminuição dos riscos presentes.