A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) visa elevar a eficiência reprodutiva dos rebanhos por meio da indução e sincronização da ovulação das fêmeas através de protocolos hormonais, como os que consistem na inserção intravaginal de progesterona (P4) e benzoato de estradiol (BE) que utilizados em conjunto promovem a regressão dos folículos e determinam o início de uma nova onda folicular. Com esse intuito, o objetivo deste trabalho foi mensurar as concentrações de P4 em vacas de diferentes pesos corporais, tratados com dispositivos intravaginais contendo diferentes concentrações de P4. Foram utilizadas 40 vacas secas, receptoras, cruzadas com diferentes graus de Zebuíno x Taurino, pesando entre 350 a 600 kg. O delineamento foi feito em esquema fatorial 2x2. Os animais passaram previamente por um protocolo, utilizando o implante de norgestomet. Esses animais foram alocados em quatro grupos, distribuídos de acordo com o peso, entre dois tratamentos distintos; o tratamento 1 (T1) recebeu implante intravaginal contendo 0,6 g de P4, e tratamento 2 (T2) recebeu implante intravaginal contendo 1,2 g de P4, com duração de 8 dias de tratamento. Amostras sanguíneas foram coletadas nas horas 0h, 12h, 24h, 48h, 72h, 96h, 120h, 144h, 168h, 192h (momento da retirada do implante) e 204h, totalizando 11 amostras por animal, a fim de quantificar os níveis séricos de P4. Quanto ao efeito peso, concentração e dia, e também a comparação entre duas médias, foi analisado pelo método Proc Mixed Programa SAS. Já a comparação de mais de 3 médias foi pelo teste de tukey. As concentrações de P4 foram avaliadas quanto a distribuição normal e homocedacidade dos erros pelo teste de Shapiro Wilk. Os animais que receberam implante contendo 1,2 g de P4 (T2) apresentaram níveis médios mais elevados desse hormônio quando comparado aos que receberam implante contendo 0,6 g de P4. Os níveis médios de P4 de animais de maior massa corporal que receberam implante com 1,2 g de P4 (G4) se mantiveram muito semelhantes aos animais de menor massa corporal que receberam implante com 0,6 g de P4 (G1). Interagindo os tratamentos, os animais com menor peso corporal apresentaram média de P4 superior aos animais de maior peso. A interação entre peso corporal e concentração de P4 no implante não foi significativa. O implante contendo 0,6 g manteve um platô em concentração elevada por 36 horas após atingir sua concentração máxima, e observa-se um platô em baixa concentração nos últimos 3 dias do tratamento. O implante contendo 1,2 g de P4 apresentou uma elevação brusca atingindo sua concentração máxima na hora 12 e uma queda gradual durante o tratamento. O dispositivo de 1,2 g de P4 alcança uma concentração máxima mais elevada (3,6±1,4 vs. 2,1±1,0) e mantém maiores concentrações ao longo de todo o tratamento, já os animais mais leves as concentrações no pico foram maiores (3,6±1,3 vs. 2,0±1,0 ng/mL). O implante contendo 1,2 g de P4 em vacas de menor peso manteve um nível mais elevado de P4 nos primeiros 3 dias, enquanto que o dispositivo contendo 0,6 g de P4 na mesma categoria manteve um nível mais baixo e constante de P4. O implante intravaginal contendo 0,6 g de P4 quando usado em vacas de maior massa corporal atingiu sua maior concentração sanguínea as 24 horas. O implante contendo 0,6 g de P4 em vacas de menor peso manteve efeito semelhante ao do implante contendo 1,2 g de P4 em vacas mais pesadas. Independente da categoria, os animais tratados com 1,2 g de P4 apresentaram uma maior concentração média de P4 ao longo dos dias. Diante desses resultados, conclui-se que independente do peso dos animais, os que foram tratados com 1,2 g de P4 apresentaram uma maior concentração média de P4 ao longo dos dias, e sabe-se que níveis de P4 > 1 ng/mL é indicativo de CL funcional, no entanto, é necessário estabelecer uma concentração ótima de P4 para melhorar as taxas de concepção em fêmeas de bovinos