O objetivo do presente estudo foi comparar parâmetros fisiológicos no período transoperatório e escores de dor pós-operatória entre cadelas anestesiadas com isoflurano associado à infusão contínua de fentanil, lidocaína e cetamina ou anestesia por tumescência com lidocaína ou levobupivacaína para a realização de mastectomia unilateral. Vinte e seis cadelas de peso e raça variadas, que apresentavam neoplasia mamária, foram submetidas ao procedimento cirúrgico e todas receberam acepromazina 0,03 mg.kg-1 e morfina 0,5 mg.kg-1 de medicação pré-anestésica, seguida de indução com propofol e manutenção com isoflurano. Os animais receberam aleatoriamente um de três tratamentos: grupo FLC, infusão contínua intravenosa associando-se fentanil em bolus de 5 µg.kg-1 seguido por 9 µg.kg-1.h-1, lidocaína em bolus de 1,5 mg.kg-1 seguido por 3 mg.kg-1.h-1 e cetamina em bolus de 0,6 mg.kg-1 seguido de 0,6 mg.kg-1.h-1; grupo LIDO, anestesia por tumescência com lidocaína 0,32%; grupo LEVO, anestesia por tumescência com levobupivacaína 0,026%. O volume de solução infiltrado nos grupos com anestesia por tumescência foi de 15 mL.kg-1. Foram avaliadas variáveis cardiovasculares, fração expirada de isoflurano (FEISO), e necessidade de resgates (fentanil 2,5 µg.kg-1) no período trans-operatório. No período pós-operatório, as cadelas receberam meloxicam (0,1 mg.kg-1, dose única) e tramadol (3 mg.kg-1, a cada 8 horas) e escores de dor, bem como a necessidade por resgate com morfina (0,5 mg.kg-1), também foram avaliados. Nos animais do grupo FLC, a FEISO durante a cirurgia foi menor do que nos demais grupos (FLC 0,7%; LIDO 1,3% [P = 0,0004 versus FLC]; e LEVO 1,2% [P = 0,0005 versus FLC]). Houve semelhança nos valores dos parâmetros fisiológicos entre todos os grupos, assim como no número de resgates analgésicos no período transoperatório, com médias de 0,4 resgate por animal no FLC e 1,0 resgate por animal nos grupos LIDO e LEVO. Não houve diferença significativa entre os grupos nos escores de dor pós-operatória nem na necessidade por resgate analgésico (1 animal em cada grupo). Esse estudo não evidenciou vantagem de uma técnica anestésica sobre outra e todas foram consideradas aceitáveis para a realização de mastectomia em cadelas.