Plantas do gênero Vatairea tem um grande potencial no tratamento de certas
doenças que ocorrem na derme causadas por fungos, além de possuir atividade
antioxidante, anti-inflamatória, antileishmania, antimicrobiana e antidiabética, no
entanto, há poucos estudos fitoquímicos sobre o gênero. Com base nestas
informações, o presente trabalho objetivou investigar a composição química e a
atividade antinociceptiva dos extratos obtidos de diferentes órgãos de Vatairea
paraensis Ducke, visando contribuir para o conhecimento e caracterização químicabiológica da espécie. O fracionamento dos extratos etanólicos conduziram ao
isolamento e identificação de onze substâncias, tais como: na raiz, dois triterpenos
pentacíclicos identificados como arjugenina (S1) e ácido tomentósico (S3), um
esteróide glicosilado, sitosterol glicosilado (S2); do caule, dois triterpenos lupanos
em mistura, o ácido betulínico (S4) e lupeol (S5), dois esteróides, o sitosterol (S6) e
estigmasterol (S7), um isoflavanóide, a formononetina (S8) e da folha, as
antraquinonas, crisofanol (S9), fisciona (S10) e a emodina (S11). A elucidação das
estruturas foi realizada mediante análise de dados espectroscópicos de RMN de 1D
e 2D (
1
H,
13
C, DEPT, NOE-diff, COSY, HETCOR e HMBC) e comparação com dados
obtidos na literatura de substâncias idênticas e/ou similares. Os resultados dos
testes da atividade antinociceptiva foram bastante significativos, pois o extrato
etanólico da raiz apresentou as doses eficazes em 100 mg/kg e 200 mg/kg e para as
duas frações (AcOEt e MeOH) em 100m/kg de extrato da planta V. paraensis,
assim, o extrato e as frações demonstraram terem efeitos analgésicos e ressalta-se
que esta atividade está sendo relatada pela primeira vez para espécie do genêro
Vatairea. Os resultados encontrados neste estudo são relevantes e promissores,
pois mostram que esta planta é fonte potencial de metabólitos bioativos.