integral dos pacientes com DPOC. No entanto, não há centros de reabilitação
pulmonar em número suficiente para que todos os pacientes com DPOC que
tenham necessidade de reabilitação possam realizá-la. A realização de
exercícios em um programa de reabilitação pulmonar domiciliar com supervisão
parcial poderia abranger um maior número de pacientes.
Objetivo: Avaliar o impacto de um programa de reabilitação domiciliar
(PRPD) na qualidade de vida e na capacidade de exercício em comparação
com grupo controle, sob supervisão parcial, em pacientes com DPOC.
Métodos: Estudo prospectivo e randomizado com a participação de 50
pacientes com DPOC, sendo 29 pacientes incluídos no PRPD (VEF1: 62,4 +
10,7%; 62,4 + 10,7anos) e 15 pacientes controles (VEF1: 54+ 26,2%; 65,3 ± 8
anos). Todos os pacientes foram avaliados pré e pós-intervenção: TC6M,
SGRQ, SF-36, teste de endurance na esteira com 80% da carga máxima
alcançada em teste máximo, espirometria e HDAS. O programa de reabilitação
domiciliar com 24 sessões, com 3 a 5 sessões semanais, incluiu: subir escada
por 15 minutos, andar por 30 minutos, e exercícios com membros superiores
com uma lata de óleo (1 kg) com a técnica de movimentos em diagonal por 15
minutos. Semanalmente: um telefonema foi feito para estimular e verificar a
aderência: O grupo controle recebeu tratamento usual, sem orientação sobre
exercício ou telefonema.
Resultados: Pacientes no PRPD caminharam no TC6M 65 metros a
mais no pós-reabilitação (485m para 550m) (p<0,05) enquanto que os
controles caminharam 6m a mais (456m para 462m) (NS). Encontramos no
teste de endurance pós-experimento aumento no grupo reabilitação na
distância caminhada (controle= 31,2m ± 419,7, pós-PRPD= 316,6m ± 81,8
(p<0,05) e no tempo (controle= 82,8seg ± 479,1 e pós-PRPD= 347,6seg ±
87,4) (p<0,05). Os pacientes do PRPD apresentaram melhora significativa na
qualidade de vida em relação ao basal (Escore total do GGRQ no controle aumentou 2,2 unidades e no PRPD reduziu 6,7 unidades). Não foi observada
diferença no HADS e SF-36 após o programa em ambos os grupos.
Conclusão: Concluímos que um programa de reabilitação pulmonar no
domicílio, simples, de baixo custo e adaptado à vida real em pacientes com
DPOC é um instrumento útil e que melhora a qualidade de vida e capacidade
de exercício dos pacientes. Este programa permite que um número maior de
pacientes com DPOC possam se beneficiar de exercícios programados
realizados em sua própria casa. Seria interessante que um estudo com
programa semelhante com supervisão parcial avaliasse a aderência com
espaço maior de tempo.