A produção in vitro de embriões (PIVE) muito tem contribuído para o desenvolvimento da pecuária. Para tornar esta biotécnica mais eficiente busca-se agora determinar o momento ideal do ciclo estral da fêmea bovina para a recuperação de oócitos com melhor qualidade. Visando o uso racional da aspiração folicular, seja por ovum pick up (OPU) ou em ovários de abatedouro, o presente estudo teve como objetivo investigar qual o impacto do momento da onda de crescimento folicular sobre a taxa de produção in vitro de embriões. Para isto, ovários de fêmeas Bos indicus (N = 196) foram coletados em abatedouro local e transportados ao laboratório em recipiente térmico contendo solução de NaCl 0,9% aquecida a temperatura de 36ºC. Em seguida, no laboratório, foi realizada a avaliação de cada par de ovários individualmente. As estruturas analisadas foram os folículos, quanto à ocorrência ou não da divergência folicular (sendo considerado folículo dominante – FD - aquele ≥6mm), e o corpo lúteo (CL), quanto à sua presença/ausência e estágio de desenvolvimento. Posteriormente, os pares ovarianos foram alocados entre os seguintes grupos experimentais: G1 – CL inicial e ausência de folículo dominante; G2 – CL e ausência de folículo dominante; G3 – CL inicial e presença de folículo dominante; G4- CL e presença de folículo dominante. O grupo controle não passou por avaliação e classificação, todos os ovários foram aspirados aleatoriamente (n= 13 pares). Os oócitos foram recuperados por aspiração folicular, em seguida foram maturados, fecundados e cultivados in vitro, cada grupo individualmente. As taxas de clivagem e blastocisto foram analizadas por teste de regressão logística binária (P ≤ 0,05). A taxa de clivagem obtida, em ordem decrescente entre os grupos, foi de 50,22% (229/456) para o grupo G4 (CL e presença de FD); 45,65% (252/552) grupo G3 (CL inicial e presença de FD); 44,06% (89/202) grupo G2 (CL e ausência de FD); 36,23% (50/138) grupo Controle e 35,19% (120/341) grupo G1 (CL inicial e ausência de FD; P < 0,0001). Por outro lado, a melhor taxa de blastocisto obtida em D7 foi de 37,62% (76/202) pertencente ao grupo G2; seguida por 29,62% (101/341) referente ao grupo G1 e 26,81% (37/138) do grupo Controle; sendo que as menores taxas de blastocisto foram dos grupos G4 e G3; 10,09% (46/456) e 9,24% (51/552), respectivamente (P < 0,0001). Como conclusão, podemos sugerir que a aspiração folicular pós abate de pares ovarianos com presença de corpo lúteo funcional associado à ausência de folículo dominante proporciona a recuperação de oócitos com maior qualidade e o incremento nos resultados da produção in vitro de embriões.