Os relatos de cardiopatias em macacos-da-noite (Aotus sp.) apontam a importância
do estudo do sistema cardíaco nesta espécie. Dessa forma, o objetivo deste trabalho
foi contribuir com o conhecimento da eletrocardiografia e da ecocardiografia,
associados a informações bioquímicas e hematológicas, investigando a relação
entre gênero e faixa etária, em Aotus sp mantidos em cativeiro. Utilizou-se 60
animais saudáveis, machos, fêmeas e três faixas etárias, para realização sequencial
do exame físico, coleta de sangue, eletrocardiografia e ecocardiografia transtorácico
bidimensional, modo M e Doppler. Os valores de hemograma e bioquímica sérica
confirmaram o bom estado de sanidade geral dos animais. Na eletrocardiografia
(n=56) o ritmo cardíaco encontrado em todos os animais foi o sinusal, com
diferenças significativas (p<0.05) sendo observadas no tempo da onda P, maior nos
machos (0,03±0,01s), na derivação V4, com onda R menor nos jovens
(0.23±0.15mV) e na frequência cardíaca, com valores maiores nas fêmeas
(260±28bpm) e nos jovens (273±16bpm). Na ecocardiografia (n=57), diferenças
significativas (p<0,05) foram observadas na velocidade de fluxo aórtico, maiores em
machos (80,6±24,1cm/s) e na velocidade da onda E mitral, maiores nos jovens
(85,4±16,0cm/s). Mesmo frente às dificuldades em relação ao porte físico pequeno e
ao temperamento agitado desta espécie, esse trabalho ressalta a potencialidade do
ECG e do ECO bidimensional, modo M e Dopller, na avaliação cardíaca de
macacos-da-noite, concluindo que existem algumas diferenças entre gênero e faixa
etária que devem ser considerados na interpretação do exame.