A partir do conhecimento dos hormônios e de suas funções no controle do ciclo estral, o
uso exógeno destas bases permitiu o desenvolvimento de protocolos hormonais IATF.
Apesar do conhecimento sobre a eficiência dos protolocos de IATF, alguns animais não
respondem ao tratamento como esperado. Por isso, a necessidade de identificar e
reinseminar os animais não gestantes o mais rápido possível, é a motivação para o
desenvolvimento de protocolos de ressincronização. Dessa forma, avaliou-se a taxa de
gestação de vacas de corte submetidas a um protocolo hormonal para ressincronização
do estro aos 13 dias após a IA. Foram utilizadas 1431 vacas da raça Nelore, que
receberam o primeiro protocolo (D-10: Dispositivo intravaginal de 1g P4 + 2 ml de BE;
D-2: retirada do implante + 1ml BE + 1,5 ml de Cloprostenol + 0,5 ml FSH; e no D 0 a
IA). No D13 elas receberam um novo protocolo (Dispositivo intravaginal de 1g P4 + 1
ml de BE). No D 21, estes animais foram submetidos a ultrassonografia, e os
considerados vazios, receberam o protocolo (1 ml BE + 1,5 ml de Cloprostenol + 0,5 ml
FSH e uma segunda IA. Os animais gestantes foram classificados como grupo controle.
Os grupos eram compostos de primíparas e multíparas. Todas as comparações foram
realizadas utilizando o PROC FREQ do SAS, considerando significativas as
probabilidades menores que 5%. Não houve diferença significativa (P<0,4) na taxa de
gestação entre os grupos controle (50,3%) e Ressinc (52,6%). A segunda IATF,
realizada somente no grupo Ressinc, resultou em 42,8% de gestação. Esse resultado foi
influenciado pela categoria animal (P<0,001) – primíparas (40,7%) e multíparas
(52,3%) – e pela propriedade (P<0,002) – 48,5% e 33,1%, - para propriedade 1 e 2,
respectivamente. O índice de resultados falso positivos no diagnóstico D21 foi de 9,3%
dos diagnósticos positivos da primeira IA e 5,4% de todos os diagnósticos realizados no
grupo Ressinc. O uso do BE nos protocolos de ressincronização aos 13 dias após a
primeira IATF não interferiu na taxa de gestação ao diagnóstico aos 30 dias. O Doppler
mostrou-se como uma ferramenta eficiente para o diagnóstico superprecoce de gestação
pela avaliação do fluxo sanguíneo no corpo lúteo CL. A ressincronização possibilitou
que um número maior de animais (70,8%) ficasse gestantes nos primeiros 24 dias,
quando comparado ao grupo controle (50,3%).