A pesca de industrial de arrasto, direcionada à camarões, é considerada altamente predatória devido à captura acidental de inúmeros outros organismos, denominados por fauna acompanhante. Existem diversos estudos sobre os impactos dessa pescaria, a maioria direcionada a caracterização da ictiofauna e carcinofauna acompanhante. Partindo do contexto e devido à necessidade de conhecimento sobre a malacofauna associada à pesca industrial de camarões, da família Penaeidae, na Plataforma continental amazônica, o presente estudo visa caracterizar os moluscos capturados junto à pesca industrial do camarão rosa (Penaeus subtilis (Perez-Farfante, 1967), na região no ano de 2017. No total, foram monitorados 131 arrastos com profundidades entre 20,1 e 77,8 metros e coletados no total 2.243 moluscos, distribuídos em cinco classes (Bivalvia, Cephalopoda, Gastropoda, Polyplacophora e Scaphopoda), 39 famílias e 56 espécies a classe dos gastrópodes foi a mais frequente, seguido dos cefalópodes e bivalves, e com uma menor presença dos escafopodas e polyplacoforas, sendo classificadas 17 espécies como frequentes e as demais espécies como pouco frequente ou esporádica. O resultado da análise de similaridade não-paramétrica revelou pequenas diferenças entre a composição da malacofauna nos 11 pesqueiros estudados, o pesqueiro que apresenta maior riqueza de espécie foi o pesqueiro Nº 6 com o índice de Shannon 2,84 e o menor a Boca do Mero apresentando 0,8026. As espécies que mais se destacam em abundância em ampla distribuição nos pesqueiros de acordo com a análise Simper foram Doryteuthis plei (lula), Lolliguncula brevis (lula), Amusium papyraceum (bivalve), Marsupina bufo (gastrópode), Tonna galea (gastrópode), Turbinella laevigata (gastrópode), Hydatina physis (gastrópode), Calyptraea centralis (gastrópode) e Stramonita rustica (gastrópode). A área estudada pode ser importante em termos de conservação da biodiversidade marinha dada a presença de espécies de interesse econômico e a existência de uma ampla diversidade de espécies e ambientes, incluindo os Corais da amazônia, portanto sugerimos que a seja monitorada e os planos de manejo sejam projetados para evitar ou minimizar os danos a este rico ecossistema.