A presente tese de doutorado intitulada, “Africanidades no Processo Formativo de Professores
de Matemática”, enquadra-se na pesquisa qualitativa, desenvolvendo a técnica de observação
participante. Foi desenvolvida para ajudar com conteúdos culturais na Matemática para o
ensino Moçambicano e aplicação da lei nº 10.639/03, no Brasil. Tem como objetivo analisar
todas as fases do processo de formação dos estudantes do curso de licenciatura em
Matemática da Universidade Federal de Uberlândia, Campus Santa Mônica, sobre o trabalho
com a cultura africana e afro-brasileira (africanidades) no processo de ensino e aprendizagem
da Matemática, realizado com auxílio de uma comunidade de prática. Tenta responder à
questão problema: Qual é o movimento dos estudantes no processo de formação do curso de
Licenciatura em Matemática sobre o trabalho educativo com africanidades?
Para efeito, investigou-se o processo de formação inicial dos estudantes de licenciatura em
Matemática da Universidade Federal de Uberlândia, Campus Santa Mônica, no que concerne
ao trabalho com as africanidades, onde o pesquisador constituiu-se um observador
participante. O nosso referencial teórico de análise não obedeceu a uma base rígida, onde as
conversas com os diversos autores acontecem ao longo das seções que compõem esse trabalho
e embasam as percepções e os pontos de vista dos participantes e do pesquisador.
As produções dos estudantes (participantes) foram acompanhadas a partir das discussões dos
conteúdos na sala de aula, das atividades feitas no ambiente virtual de aprendizagem com o
uso da plataforma moodle da Universidade Federal de Uberlândia. Produziram e aplicaram
aulas ou projetos sobre africanidades nas escolas. A análise dessas produções nos forneceram
informações importantes sobre seus efeitos nas identidades e subjetividades dos participantes.
Tais produções ocorreram em três movimentos: movimento dos estudantes no processo de
produção de conhecimentos na universidade, que destacou terem produzido conhecimentos
sobre as africanidades na Matemática; movimento dos estudantes no processo de aplicação
das aulas ou projetos nas escolas, que evidenciou terem aplicado as aulas e projetos de forma
satisfatória, com bons resultados para os alunos e participantes; e o movimento do processo
formativo e a constituição das identidades e subjetividades dos participantes face às
africanidades no processo de ensinar e aprender Matemática, em que, a partir dessa
experiência, os participantes tiveram suas identidades e subjetividades transformadas, o que
culminou com o mexer das identidades dos alunos. Trabalhou-se a diversidade, preconceito,
racismo, em uma educação Matemática Crítica em promoção da democracia. As aulas e projetos produzidos estavam relacionados com a Etnomatemática, Modelagem Matemática,
História da Matemática, Jogos africanos e Educação Matemática Crítica.