A sífilis é uma doença infecto contagiosa antiga, causada por uma bactéria chamada de
Treponema pallidum. Considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST),
representa um importante problema de saúde pública, existindo assim, políticas públicas com
relação a prevenção, diagnóstico e tratamento. A infecção por sífilis está classificada em
sífilis adquirida, gestacional e congênita. A sífilis congênita ocorre através da mãe para o feto,
por via transplancetária, caracterizada como transmissão vertical, podendo apresentar
consequências graves como natimortos, óbitos neonatais, prematuridade, baixo peso e mal
formações. O risco de transmissão vertical varia de 10% a 70% dependendo do estágio da
doença materna, se não houver tratamento. Objetivo geral: construção de uma tecnologia
educativa para os profissionais enfermeiros (as) que realizam o pré-natal na atenção primária.
Objetivo específicos: 1 - identificar o conhecimento sobre sífilis e sífilis congênita das
puérperas com diagnósticos confirmados para sífilis e com recém-nascidos com sífilis
congênita de um Hospital Público do Município de Dourados, MS; 2 – construir um guia
como tecnologia educativa sobre sífilis e sífilis congênita. Materiais e Métodos: delineou-se
um estudo transversal descritivo para caracterizar as puérperas com diagnóstico de sífilis e
sífilis congênita em seus filhos com a identificação do conhecimento sobre a infecção,
diagnóstico, tratamento, prevenção, seguimento e agravantes. E uma pesquisa do tipo
metodológica para o desenvolvimento de um guia prático para os profissionais de
enfermagem que atuam na atenção primária. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, com parecer nº 1.949.089, em
20/03/2017. Resultados: com 50% de puérperas jovens, de cor/raça parda e branca, com 70%
que convivem com o companheiro, com baixa escolaridade, poucas com trabalho remunerado,
baixa renda familiar e alta dependência financeira e emocional do parceiro. Nas características
obstétricas apresentam baixa cobertura de pré-natal, com mais de 70% de início posterior ao
primeiro trimestre, com 40% com menos de seis consultas, com 70% do tratamento da sífilis
realizado na puérpera e 43,3% dos parceiros não o realizaram. O conhecimento materno sobre
sífilis e sífilis congênita demonstrou o quanto a puérpera apresenta deficiência na
compreensão da sífilis, dificultando assim a compreensão do processo de doença que viveu
durante a gestação e o seguimento vivido no pós-parto com seu filho. Originou um produto
final com a apresentação de uma tecnologia educativa “Guia Prático Para Acolhimento e
Seguimento da Sífilis Gestacional e Congênita na Atenção Básica de Saúde”. Conclusões:
Necessidade de maior conhecimento sobre sífilis e sífilis gestacional e congênita entre as
puérperas, ampliar a qualificação dos profissionais que prestam assistência ao pré-natal,
detecção e tratamento precoce sobre agravos na gestação, sobretudo a sífilis, sensibilizar a
atenção básica com a utilização do guia como ferramenta na prevenção e promoção a saúde
com ações educativas voltadas para sífilis, porem para o sucesso na redução da transmissão
vertical da sífilis congênita existem lacunas a serem investigadas e discutidas entre os
profissionais de saúde.