O aumento populacional de cães e gatos tem causado transtornos à sociedade com impacto negativo à saúde única; por isso, o controle populacional desses animais é base fundamental para a saúde pública. Várias situações podem levar ao abandono de animais. Entre as causas mais relatadas estão os problemas comportamentais dos animais, o estilo de vida das pessoas e a frustração da expectativa do tutor em relação ao animal. Decorrente desta dinâmica estão os abrigos, que são locais instituídos para manejo e manutenção temporária de animais. O Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA) e a World Animal Protection (WAP) têm diretrizes que são consideradas ideais para acolhimento de cães e gatos. Essas diretrizes orientam quanto ao número de animais por recinto, manejo sanitário, rotina de trabalho, alimentação dos animais, ventilação, área solar e de convivência e presença de médicos veterinários responsáveis técnicos. Ressalta-se que as orientações do CONCEA se referem a caninos e felinos domésticos destinados ao ensino ou pesquisa científica. O Shelter Quality Protocol é uma ferramenta para a avaliação, classificação e gestão de populações urbanas de cães e gatos em situação de vulnerabilidade, coordenado pelo Instituto Zooprofilattico Sperimentale dell'Abruzzo e del Molise 'G. Caporale, cujo objetivo é o gerenciamento de abrigos, visando o bem-estar animal. Foi realizado estudo descritivo com revisão das normativas referentes a abrigos de animais segundo as diretrizes do CONCEA, WAP, Shelter Quality Protocol, a legislação vigente do Estado de São Paulo, dentre outros artigos e documentos. O estudo compreende também uma revisão sistematizada da literatura que não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica. A seleção dos estudos teve por base, principalmente, as diretrizes relacionadas ao bem-estar dos animais de abrigos. É importante destacar que a configuração de cada abrigo tem suas particularidades; portanto, essas diretrizes não se propõem a fornecer instruções operacionais específicas; mas apenas referências e sugestões gerais. Os requisitos básicos das instalações de um abrigo de cães e gatos compreendem: área de recepção/triagem de animais; área de quarentena; alojamentos (canis e gatis); sala de procedimentos (quando aplicável); área de depósito para insumos, materiais limpos; equipamentos; área de serviços; área administrativa; vestiários; área para estocagem de alimentos para os animais. É importante, ainda, um plano de ação em caso de incêndio e evacuação do animais e pessoas. As tarefas principais de um abrigo devem incluir: ser um refúgio seguro para os animais, ser temporário, ser um núcleo de programas para cuidados, controle e bem-estar animal, buscar a recolocação desses animais em lares definitivos de forma responsável.