Melo, Danielli Medeiros. Caracterização físico-química de cinco espécies de pacu-pevas do Pantanal de Mato Grosso, Brasil. Dissertação (Mestrado). Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – campus Cuiabá Bela Vista, 2018. 50 p.
O Estado de Mato Grosso é o terceiro maior produtor de pescado do Brasil, no entanto, as informações nutricionais sobre as espécies de peixes nativos, como o pacu-peva, são es-cassas. Neste estudo, objetivou-se caracterizar a composição centesimal, o perfil em áci-dos graxos, o teor de colesterol e o valor nutricional de espécies de pacu-pevas (Mylosso-ma orbignyanum, Myloplus levis, Mylossoma paraguayensis, Metynnis mola e Metynnis maculatus), capturados nas bacias dos rios Cuiabá e Paraguai, Pantanal Mato-Grossense. Mylossoma paraguayensis e a Mylossoma orbignyanum apresentaram maior percentual proteico de 20,16 e 19,79% respectivamente (p<0,05). A espécie Metynnis maculatus foi caracterizada com maior teor de lipídeos totais (10,36%) (p<0,05). Os teores de ácidos graxos poli-insaturados e saturados variam de 23,13 a 41,16% e 26,57 a 40,82%, respectivamente. Os ácidos, oleico (ω -9) (29,89- 35,07 %), linoleico (ω -6) (11,36 a 25,78%) e palmítico (14,81 a 19,78%) foram predominantes em todas as espécies estudadas. Myloplus levis, apresentou maior teor de ω-6 (28,24 %), e Mylossoma paraguayensis foi caracterizado com o maior teor de ácido linolênico (ω-3) (13,67%). Os teores de colesterol variaram de 10,96 a 19,61 mg/100g nas cinco espécies de pacu-peva estudadas. Todas as espécies de pacu-peva apresentaram elevada qualidade nutricional da fração lipídica traduzida pelos valores da razão ω-6/ ω-3, por baixos índices de trombogenicidade e elevado índice de hipocolesterolêmicos/hipercolesterolêmicos. Portanto, o consumo das espécies estudadas se apresenta como boa fonte de proteína e ácidos graxos essenciais na dieta.