O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes estações no comportamento ingestivo, na composição botânica da dieta de caprinos pastejando na caatinga e na disponibilidade e qualidade de forragem da caatinga. Foram utilizados 4 caprinos machos castrados sem raça definida, com peso médio de 30,2 Kg e idade média de 20 meses. O experimento teve um período de duração de 12 meses, englobando duas estações chuvosas e uma seca, sendo que os tratamentos consistiram nas 3 estações (as duas estações chuvosas foram tratadas de forma separada) com 3 repetições por estação. Cada animal foi sempre acompanhado pelo mesmo observador. Os comportamentos observados foram alimentação, ócio, ruminação, deslocamento, interação social e ingestão de água. Coletas de forragem foram realizadas em 30 pontos na área, considerando uma altura máxima de coleta de 1,5m. Toda a forragem coletada e classificada nos diferentes estratos (herbáceo, lenhoso e liteira), após foi realizada a análise para se conhecer a composição bromatológica destes. Foram realizados os testes não paramétricos de Kruskal-Wallis (5%) e Nemenyi (5%) com o intuito de identificar diferenças na ocorrência dos comportamentos entre cada estação do ano. Não foi observada diferença significativa (P≥0,05) entre a ruminação, deslocamento e outros (soma da interação social e ingestão de água) nas diferentes estações. Contudo, observou-se diferença significativa na ocorrência de alimentação e ócio (P=0,0015 e P=0,0001, respectivamente) sendo que na estação seca se observou maior ocorrência de alimentação e menor ocorrência de ócio, ao contrário do que ocorreu na estação chuvosa/18 onde houve maior ocorrência de ócio e menor alimentação. O estrato lenhoso apresentou a melhor composição bromatológica, contudo foi o estrato menos presente, estando o estrato herbáceo em maior disponibilidade durante o período experimental. As espécies cujo consumo foi registrado foram: pinhão (jatropha molissima), velande (Croton heliotropiifolius), catingueira (Poincianella pyramidalis), marmeleiro (Croton blanchetianus), pereiro (Aspidosperma pyrifolium), macambira (Bromelia laciniosa), umburana (Commiphora leptophloeos), maniçoba (Manihot glaziovii), além do estrato herbáceo, liteira e cactáceas, consistindo estas últimas em conjuntos de espécies de mesmo hábito de crescimento. A maior parte do alimento na estação chuvosa/17 consistiu no estrato herbáceo (67,47%), na estação seca consistiu na liteira (56,12%) e na estação chuvosa/18 consistiu na macambira (61,13%). As estações influenciaram o padrão de comportamento, na escolha dos alimentos e na disponibilidade e qualidade da forragem encontrada na caatinga.