A carne bovina de animais criados a pasto é reconhecida por ser mais magra e com propriedades benéficas à saúde humana quando comparados a sistemas de confinamento, além do menor custo de produção. No entanto, terminar bovinos exclusivamente a pasto pode resultar em maior tempo para atingir o acabamento e peso necessários para abate. Deste modo, a suplementação pode ser uma alternativa para melhorar o desempenho e características de carcaça, principalmente relacionadas ao acabamento de gordura. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da suplementação energética com milho grão na carcaça e carne de bovinos Angus superprecoces terminados a pasto. Assim, após a desmama (7±1 meses), 20 novilhos foram mantidos em pastagens de aveia (Avena strigosa), azevém (Lolium multiflorum), trevos (Trifolium repens) e após o inverno, pastagens nativas melhoradas com (Festuca arundinacea) e trevos (Trifolium repens). Quando o primeiro grupo de 10 animais alcançou a média de 450 kg de peso vivo aos 15 meses de idade e 3 mm de espessura de gordura subcutânea (EGS) foi abatido e iniciou-se o período de suplementação energética do segundo grupo. A suplementação era composta de milho grão a 0,8% do peso vivo por dia até os animais atingirem os mesmos requisitos de abate (68 dias). Foi realizada análise sensorial de consumidores e adicionada uma repetição do tratamento com suplementação para julgar a eficiência dos painelistas ao avaliar as características sensoriais. A força de cisalhamento (P=0,0001), largura do Longissimus thoracis (P<0,0001) e a área de olho de lombo (P<0,0001) foram maiores nos animais terminados exclusivamente a pasto. A terminação com suplementação energética proporcionou maior rendimento de carcaça (P<0,0001), espessura de gordura subcutânea (P<0,0001), marmoreio (P<0,0001) escore de musculosidade (P=0,0033). O peso de carcaça quente, profundidade do Longissimus thoracis e escore de gordura não foram alterados pelo sistema de terminação. Houve diferenças significativas nas caracteristicas físico-químicas da carne somente no momento do abate e 24 horas após. Maiores modificações na coloração da carne e gordura foram observadas 24 e 48 horas após o abate. A carne dos animais suplementados apresentou maior maciez e aceitabilidade geral, em que a primeira característica teve grande influência na segunda. Não foram encontradas diferenças para sabor e suculência entre tratamentos. Em conclusão, mesmo os animais suplementados sendo os que tinham menor desempenho potencial e levaram mais tempo para atingir os requisitos de abate, a suplementação energética proporcionou maior padronização e uniformidade das carcaças, principalmente relacionado ao acabamento de gordura. Além disso, os consumidores preferiram a carne proveniente de animais suplementados.