Introdução: A asma é definida como doença heterogênea, usualmente
caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas e é classificada em controlada,
parcialmente controlada e não controlada. Pacientes com asma não controlada
apresentam maior risco para hospitalizações e visitas a Departamentos de
Emergência e apresentam maior impacto da asma na vida diária. Objetivos: Avaliar
o controle da asma, o uso de recursos da saúde e o impacto da asma sob os aspectos físicos
em pacientes com diferentes faixas etárias na América Latina. Métodos: O estudo Latin
America Asthma Insight and Management (LA AIM), conduzido em 2011, foi
realizado na Argentina, Brasil, México, Venezuela e Porto Rico. Foram entrevistados
diretamente os pacientes com diagnóstico médico de asma com 18 anos ou mais e
os pais de asmáticos que tivessem entre 12 e 17 anos. O questionário consistia de
53 questões relacionadas com cinco domínios principais da asma: sintomas; impacto
da asma na vida; percepção do controle da asma; exacerbações; e
tratamento/medicação. Resultados: Foram entrevistados 2.167 asmáticos,
Argentina (19,9%), Brasil (18,6%), México (24,5%), Porto Rico (18,6%) e Venezuela
(18,4%). Nas três faixas etárias estudadas (12-17 anos, >17-40 anos e > 40 anos)
houve mais pacientes com asma parcialmente controlada e não controlada. A
Venezuela apresentou 74% de chance de ter asma parcialmente e não controlada
em relação ao México como referência (p=0,03). Os pacientes que apresentaram
mais chance de ter asma controlada foram os que utilizaram medicação para
controle da asma (três vezes mais chance, p=0,01) e os que utilizaram medicação
de resgate nas últimas quatro semanas (13 vezes mais chance, p=0,001). Em
relação à utilização de recursos de saúde, não houve associação com o controle da
asma nos países estudados. Os asmáticos com limitações no sono tiveram 72% de
chance de terem asma não controlada (p=0,002). Conclusões: Concluímos que nas
três faixas etárias houve baixo controle da asma, não havendo diferença entre os
países avaliados; a Venezuela foi o país com maior chance de ter asma não
controlada; os pacientes que utilizavam medicação de controle e medicação de
resgate foram os com maior chance de ter asma controlada; não houve diferença
entre os países em relação ao controle da asma e a utilização dos recursos de
saúde como visita de emergência ao consultório médico, hospitais ou clínicas,admissão hospitalar e internação em UTI; somente a limitação do sono foi o sintoma
mais associado à asma não controlada.