Santos CAF. Avaliação do domínio físico da capacidade funcional em idosos
ativos: um estudo transversal. Dissertação de Mestrado (UNIFESP/EPM).
INTRODUÇÃO: O processo do envelhecimento muscular inicialmente é
caracterizado pelo declínio progressivo da potência muscular. Posteriormente,
ocorrem as reduções de força e massa muscular. Em consequência, síndromes
geriátricas, como a sarcopenia e a fragilidade, têm elevada prevalência. Dessa
forma, é necessário estudar quais são os testes físicos que melhor se relacionam
com o desempenho muscular de membros inferiores.
OBJETIVO: Analisar a associação dos parâmetros de desempenho funcional
de idosos, avaliados em testes físicos utilizados na prática clínica, com variáveis
coletadas nas avaliações clássicas de composição corporal e função muscular.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal com idosos que praticavam
exercícios físicos regularmente. Os testes simples de desempenho físico, utilizados
na prática clínica, estudados foram: teste de levantar e sentar na cadeira-5
repetições, velocidade de marcha, SPPB, força de preensão palmar, teste de
levantar e sentar na cadeira-30 segundos e TUGT. As avaliações clássicas foram:
teste de salto agachado (SA), teste de salto com contramovimento (SCM), testes
isocinéticos (pico de torque na contração concêntrica a 60o.s-1, em músculos
extensores e flexores do joelho), medida da massa muscular esquelética apendicular
e percentual de gordura corporal por DEXA. As avaliações estatísticas realizadas
foram: coeficiente de correlação de Pearson (r), teste t de Student e análise split das
medianas.
RESULTADOS: Participaram do estudo 54 idosos, com de 71 (± 6,5) anos de
idade: 41(76%) mulheres e 13(24%) homens. A relação do desempenho da força de
preensão palmar e os testes isocinéticos concêntricos, na velocidade 60o.s-1 teve
r=0,72 e r=0,69, para extensores e flexores de joelho, respectivamente (p<0,05). A
relação do desempenho do força de preensão palmar e testes de salto vertical foi
r=0,55 e r=0,53, para os saltos SA e SCM, respectivamente (p<0,05). A relação do
desempenho da força de preensão palmar e o índice muscular esquelético
apendicular foi r=0,49 (p<0,05). A relação entre os desempenhos do SA e avaliação
isocinética 60o.s-1 foi r=0,50 e r=0,47 para os músculos extensores e flexores do
joelho, respectivamente (p<0,05). A relação entre os desempenhos do SCM e
avaliação isocinética 60o.s-1 foi r=0,55 e r=0,50 para os músculos extensores e
flexores do joelho, respectivamente (p<0,05). Idosos que saltaram 15cm ou mais
(SCM) tiveram o melhor desempenho em 5 dos 6 testes simples de desempenho
físico (p<0,05). Idosos com percentual de gordura corporal maior ou igual 38,6%,
foram piores no teste de levantar e sentar na cadeira (p<0,05).
CONCLUSÃO: Desta forma, o teste de força de preensão palmar é um
indicador inicial de mudanças em componentes importantes no processo de
envelhecimento, como massa magra, força e potência muscular. Entre os testes que
envolvem especificamente os membros inferiores, o SCM em plataforma de contato,
pode ser utilizado na prática clínica na avaliação de força e potência muscular do
idoso.