Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da síndrome do
túnel do carpo em pessoas com deficiência que praticam esporte adaptado, na qual
utilizam a preensão palmar ou apoio palmar durante suas atividades esportivas.
Métodos: Foi realizado um estudo transversal com atletas de esporte adaptado, que
praticavam halterofilismo, basquete em cadeira de rodas, esgrima em cadeira de
rodas, vôlei sentado, tênis de mesa em cadeira de rodas e capoeira que foram
avaliados nos seguintes desfechos: presença de dor, presença de parestesia
noturna, pesquisa de sinal de Tinel, presença do teste de Phalen, intensidade dos
sinais e sintomas e estado funcional da mão. Para avaliação da intensidade de dor
foi aplicada a escala numérica de dor. Para avaliação da parestesia noturna foi
perguntado aos atletas sobre a presença desse sintoma. Para avaliação dos sinais
foi realizada a pesquisa de sinal de Tinel e o teste de Phalen. Independente das
queixas, foram aplicadas duas ferramentas de auto-avaliação para avaliar a
intensidade de sinais e sintomas e estado funcional da mão específico para STC: o
Questionário de Boston e a Escala de seis itens da síndrome do túnel do carpo
(CTS-6). Foi definido para este estudo que a presença de dois sinais e/ou sintomas
caracterizaria a síndrome do túnel do carpo. Resultados: Foram considerados os
exames clínicos de 72 atletas de esporte adaptado, totalizando 144 mãos. Nenhum
atleta avaliado referiu dor ou parestesia noturna. Quinze atletas apresentaram pelo
menos um sinal ou sintoma em um total de 20 mãos com sintomas. A presença de
apenas um sintoma clínico ocorreu em 8 (11%) mãos direitas e em 6 (8%) mãos
esquerdas. A presença de dois sintomas clínicos concomitantes, ocorreram em 4
(6%) mãos direitas e 3 (4%) mãos esquerdas. A presença de três sintomas clínicos
concomitantes não ocorreu em nenhuma mão. No questionário de Boston, para mão
direita, o escore médio foi de 11,76 e para mão esquerda foi de 11,38. No
questionário CTS-6, para mão direita, a média do escore foi de 1,07 e para mão
esquerda foi de 1,05. Não encontramos relação entre a presença de sinais e ou
sintomas, o tipo de esporte adaptado, se cadeirante, o lado dominante e o tempo de
prática esportiva. Conclusão: Nos atletas deficientes que praticam esporte
adaptado, por nós avaliados, a prevalência da síndrome do túnel do carpo foi de seis
em 72 (8%).