O aumento da demanda por óleo de peixe pelas indústrias de rações para
organismos aquáticos, associado à redução da captura de peixes marinho, principal fonte
de óleo de peixe, resultaram na elevação do preço de mercado dessa importante fonte,
limitando o crescimento do setor piscícola. Além da demanda pelo setor aquícola, óleo
de peixe é consumido na forma de suplemento nutricional na alimentação humana.
Alternativa na formulação de dietas para organismos aquáticos é o uso de óleos vegetais,
sendo viável o uso de óleos como de soja, canola, linhaça. Óleos vegetais tem se tornado
relevantes, devido sua estabilidade na oferta, preços e composição. Fontes menos
convencionais devem ser testadas com a finalidade de reduzir a competitividade no
mercado de fontes lipídicas. O pequi é um fruto de grande importância no cerrado
brasileiro, rico em compostos bioativos e lipídios. Com o objetivo de analisar os efeitos
da adição do óleo de pequi na dieta de juvenis de tambaqui foi realizado um experimento
no Laboratório de Aquicultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Tocantins-Campus Palmas, sendo testadas 5 dietas isoproteicas com diferentes níveis de
adição de óleo de pequi em um delineamento inteiramente casualizado. Foram utilizados
240 (17,91±4,87g) animais distribuídos em 20 caixas de fibra com volume de 500 litros
em um sistema de recirculação dotado de filtro e aeração forçada. O período experimental
foi de 60 dias e ao final foram avaliados desempenho, respostas fisiológicas e perfil
lipídico da carcaça. Verificou-se que não houve influência do óleo de pequi no ganho de
peso, conversão alimentar e taxa de eficiência proteica (P˃0,05), porém reduziu a taxa
de crescimento específica (P˂0,05). Também resultou em aumento da deposição lipídica
hepática, sinal de carência em ácidos graxos (P˂0,05). Os resultados para parâmetros
hematológicos demostraram que não houve comprometimento da saúde dos animais.
Observou-se diferenças significativas (P˂0,05) para as quantidades de proteína sérica
total, albumina e globulina sugerindo que a fonte lipídica teste possa ser um
imunoestimulante. Quanto ao perfil lipídico a presença de DHA confirma a habilidade de
conversão a partir de LNA pelos juvenis de tambaqui. A maior quantidade do ácido graxo
palmítico e do oleico são consequência da fonte testada, rica nestes ácidos graxos. A
relação entre ƩPUFA n-6 e ƩPUFA n-3 reduziu de forma linear entre os tratamentos,
atingindo nível recomendado ao consumo humano. No entanto, não se recomenda o uso
dessa fonte lipídica em juvenis de tambaqui.