Objetivou-se avaliar o desempenho produtivo e econômico, o metabolismo sanguíneo e
o comportamento de bovinos de corte terminados a pasto com diferentes aditivos nos
suplementos na época da seca. O experimento seguiu um delineamento inteiramente
casualizado, com quatro tratamentos e sete repetições, totalizando em 28 unidades
experimentais. Os tratamentos consistiram na variação de aditivos em cada suplemento:
suplemento U (formulação convencional contendo ureia), suplemento UO (suplemento U
com substituição parcial da ureia por ureia encapsulada - Optygen®), suplemento UOL
(suplemento UO adicionada de levedura do gênero Saccharomyce cerevisae), suplemento
UOLP (suplemento UOL com probiótico: Bacillus cereus, Enterococcus faecium,
Lactobacillus acidophilus, Ruminobacter amylophilum, Ruminobacter succinogenes e
Succinovibrio dextrinosolvens). O experimento iniciou em 30 de junho de 2016 com
término em 21 de setembro de 2016, totalizando 84 dias de desempenho, divididos em
três períodos de 28 dias, realizado na Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop – MT. Foram
utilizados vinte e oito bovinos da raça Nelore, não castrados, com idade média de 24±2
meses e com PC médio inicial de 480±5 kg. A área total possuía 7,5 ha dividida com
cercas elétricas em 4 piquetes com 1,88 ha cada, formados com Urochloa brizantha cv.
BRS Piatã, diferida em fevereiro de 2016. O método de pastejo utilizado foi o de lotação
contínua com taxa de lotação em cabeça.ha-1 fixa, com média inicial de 4,5 UA.ha-1. Os
suplementos, isonitrogenados, foram formulados para conter 16% de PB (%MS) e
fornecidos na proporção de 1,75% do PC animal.dia-1, diariamente as 10:00 horas. A cada
14 dias procedeu-se a coleta da massa de forragem (MF), (kg MS.ha-1) e foi realizado o
rodízio dos animais entre os piquetes, mantendo-se a aplicação dos mesmos tratamentos
pré-designados a eles. O comportamento animal foi avaliado em dois períodos através da
observação visual com auxílio de binóculos. Cada observador registrava por tratamento
a frequência de ruminação, pastejo, ingestão de ração, de água e ócio por animal, a cada
10 minutos durante 12 horas, com início ás 6:00 horas e término ás 18:00 horas. Os
valores médios de MF ao longo dos dias 29/jun, 14/jul, 27/jul, 10/ago, 24/ago, 08/set e
21/set, apresentaram uma variação sazonal de 5.212; 4.827; 4.568; 6.647; 5.420; 3.430;
3.728 kg MS.ha-1, respectivamente. As médias das alturas durante os períodos foram de
63,5; 50,6; 44,0; 38,9; 31,0; 39,6; 36,6 cm, respectivamente. Observou-se um decréscimo
devido à pressão de pastejo durante os 84 dias de avaliação e, posteriormente, um
aumento ocasionado pela precipitação no mês de agosto. Os resultados de altura do pasto
foram inversos a densidade volumétrica do pasto (DVP), houve efeito nos valores ao
decorrer dos períodos de 102,8; 110,1; 117,7; 215,2; 139,8; 94,7; 102,2 kg de MS.ha.cm-
1, respectivamente. Inicialmente, houve uma diferença nas médias de MLV e de MCV.
Em contrapartida, a partir do final do mês agosto, houve variação dos componentes
morfológicos, em razão da precipitação pluviométrica ocasional. Não houve diferença
entre os tratamentos para PVi, PCI, PVf, RC, PCF, GMD, GMC, GPVT, GCT, GCTL,
RG, GCL, GTC, CA e EB. Houve diferença no consumo em (%PV), assim como no
consumo dos nutrientes do suplemento e pasto. Para os tratamentos (U, UO, UOL, UOLP)
os valores de eficiência biológica de 115,47, 108,07, 101,92 e 108,78 kg.MS.@-1
respectivamente. Quanto ao perfil metabólico hepático, houve interação entre os
tratamentos e períodos de avaliação, somente para os parâmetros de URE, CREAT, PT,
ALBU, COLE, GGT e AST, enquanto que, para GLIC e ÁC.ÚRICO não houve efeito de
interação entre os tratamento. Quanto aos dados econômicos, o lucro final do produtor foi
maior para o tratamento UOLP. Nas avaliações de comportamento animal, não houve
efeito de interação entre os suplementos (U, UO, UOL, UOLP) e período de avaliação
para tempo de ruminação, tempo de pastejo e tempo de ingestão de água. No entanto,
houve interação para tempo de ingestão de ração e ócio. Os aditivos utilizados nos
tratamentos não alteram o desempenho, porém alteram a produtividade econômica, o
metabolismo sanguíneo e o comportamento de bovinos de corte terminados a pasto, em
sistema de suplementação com altos níveis de concentrado, em pastagem de Urochloa
brizantha cv. BRS Piatã.