O crescimento da população humana, com a demanda por fontes de proteína
para suprir as necessidades nutricionais tem aumentado nos últimos anos. Isso
faz com que a os produtos vindos da aquicultura venham sendo apontados
como uma das principais alternativas para suprir essa demanda. Para esse fim,
há necessidade do crescimento da produção aquícola, com sistemas de
produção desenvolvidos de uma forma mais eficiente, equilibrada, visando
sustentabilidade econômica, social e ambiental, para que tenham perenidade
com o passar dos anos. Entre os sistemas aquícolas, o cultivo em tanques rede
vem se destacando, pois permite a produção de organismos aquáticos em
menores unidades de áreas. Das espécies cultivadas, as tilápias destacam-se
por terem uma boa adaptação nesse sistema de cultivo. No Brasil, o cultivo em
tanques rede vem crescendo, porém, os resíduos gerados durante o cultivo
como uso de rações pouco estáveis, se não forem incorporados na biomassa
dos animais, podem vir a comprometer a qualidade do ambiente aquático.
Assim, estudos são necessários para medir a eficiência dos sistemas de cultivo
utilizados nas atividades aquícola. Desse modo, o presente trabalho teve como
objetivo, avaliar a sustentabilidade econômica, ambiental e social da restrição
alimentar de tilápias da espécie Oreochromis niloticus, em monocultivo em
tanques rede, de uma piscicultura comercial em São Paulo, Brasil (22° 3´196´´
S e 47° 44´280´´W). Para esse estudo, foram analisadas duas linhagens de
tilápias, a GIFT e a Supreme por meio do uso de indicadores de
sustentabilidade. O delineamento foi inteiramente casualisado com quatro
tratamentos e quatro repetições cada, sendo: T1: Supreme sem restrição
alimentar (SSRA); T2: Gift sem restrição alimentar (GSRA); T3: Supreme com
restrição alimentar (SCRA); T4: Gift com restrição alimentar (GCRA). Cada
tanquerrede foi povoado com 1.200 animais. A restrição alimentar ocorreu aos
domingos durante os 192 dias do experimento. Os resultados obtidos com a
aplicação dos indicadores, foram convertidos em uma escala de desempenho
de 0 e 1. Esses resultados sugeriram que restrição alimentar promoveu um
crescimento compensatório nos animais, no entanto a taxa de sobrevivência foi
menor nos tratamentos que passaram pela restrição. Porém, todos os
tratamentos se mostraram viáveis economicamente, sendo os indicadores TIR
e VPL altamente atrativos. No âmbito social os tratamentos que passaram pela
restrição alimentar remuneraram relativamente mais por unidade de produção e
se mostraram mais sustentáveis. Ambientalmente, a restrição alimentar se
mostrou mais eficiente na incorporação de nutrientes e consequentemente uma
menor geração de resíduos. De uma forma geral, os dados sugeriram que os
tratamentos com restrição alimentar apresentaram maiores escores nos
âmbitos de sustentabilidade econômica, ambiental e social.