A palma forrageira vem se destacando frente às constantes mudanças climáticas ocorridas no atual cenário produtivo, e a sua utilização no Semiárido Brasileiro objetiva minimizar a ação da sazonalidade no processo produtivo, fornecendo energia e incrementando a disponibilidade de água via alimentação para os animais. Por isso, a intensificação e eficiência no uso da palma são fundamentais. Dentro desse contexto, a ensilagem surge como importante forma de utilização intensiva da palma, o que proporcionaria a maximização da produtividade. Assim, foram desenvolvidas duas pesquisas objetivando avaliar as características fermentativas e estabilidade aeróbia da silagem de palma forrageira com diferentes aditivos e em quatro tempos de armazenamento. A primeira pesquisa avaliou o uso de aditivos químico e microbiano na ensilagem de palma. Adotou-se um delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 × 4, quatro tratamentos e quatro tempos de armazenamento. Tratamentos: Controle: sem aditivo; Uréia: adição de 2% na matéria seca; LB: adição de Lactobacillus buchneri; e U + LB: adição de uréia e L. buchneri. Em todos os tratamentos, houve fermentação predominantemente realizada por bactérias ácido láticas, o que acarretou na produção dos ácidos lático e acético, principalmente nas silagens com Uréia e LB, porém, não foram diferentes da silagem Controle. Observouse aumento nos valores de pH com o aumento do tempo de armazenamento e a silagem com Uréia apresentou maior pH em relação as demais. O uso dos aditivos promoveu maior redução no teor de matéria seca da silagem como consequência do uso intensivo dos substratos solúveis. Entretanto, as perdas após 120 dias foram pequenas, em torno de 4%. Não foi verificado quebra de estabilidade durante 96 horas de avaliação em todos os tratamentos. Portanto, o uso de uréia em associação com Lactobacillus buchneri promove melhoria nas características fermentativas, porém, não interferindo na estabilidade aeróbia das silagens de palma forrageira. A segunda pesquisa avaliou a silagem de rações a base de palma forrageira e diferentes proporções de capim aruana. Adotou-se um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 × 4, cinco tratamentos e quatro tempos de armazenamento. Foram formuladas cinco rações a base de palma forrageira, onde as proporções dos ingredientes variaram em função das proporções de inclusão do capim aruana (30, 25, 20, 10 e 0% na matéria natural). Todas as silagens apresentaram valores de pH indicativos de fermentação adequada. Houve predominância de bactérias ácido láticas, o que promoveu fermentação adequada, refletindo positivamente sobre a composição química das silagens, com perdas muito pequenas, menores que 1%. Após o ensaio de estabilidade aeróbia todas as silagens permaneceram com valores de pH em torno de 4, e isso foi associado ao aumento da população de bactérias ácido láticas e da concentração de ácido lático. As silagens com inclusão de 20 e 10% de capim aruana apresentaram menor estabilidade aeróbia em relação as outras silagens avaliadas e também as menores concentrações de ácido acético ao final do ensaio. Estas silagens apresentaram as maiores populações de leveduras às 24 horas de avaliação. Houve recuperação de 98% da matéria seca das silagens, podendo-se inferir que as silagens de rações a base de palma forrageira e capim aruana apresentaram características fermentativas e nutricionais consideradas satisfatórias.