A mastite é uma inflamação da glândula mamária, que provoca grande impacto econômico mundial principalmente através da queda na produção leiteira. A Contagem de Célula Somática (CCS) é um parâmetro de avaliação desse processo inflamatório e auxilia na detecção da mastite subclínica em um rebanho leiteiro. No primeiro experimento objetivou-se avaliar o pH, a temperatura e a contagem de células somáticas (CCS) da secreção láctea de um rebanho leiteiro. Para tanto, foram incluídas no estudo vacas sadias (VS, n=303) e vacas com mastite subclínica (VMS, n=9) identificadas através do Califórnia Mastite teste (CMT). Das vacas com resultado CMT negativo foram selecionadas aleatoriamente 10 tetos saudáveis, para compor o grupo controle; as vacas com resultado CMT positivo foram classificadas de acordo com os escores, e para compor o grupo teste foram selecionados 20 tetos cujo CMT apresentou pelo menos duas cruzes (++). Após a seleção foram realizadas avaliações da temperatura, pH e contagem de células somáticas da secreção láctea. A temperatura das amostras de leite foi mais elevada (P < 0,05) em VMS (29,83 ± 0,97) quando comparada a VS (28,2 ± 0,45). O pH das amostras de leite apresentou-se mais ácido (P < 0,05) em VMS (4,41 ± 0,41) em relação a VS (5,6 ± 0,09). Foi observada uma correlação negativa (ρ = -0,11) entre a temperatura e o pH, e uma correlação positiva (ρ = 0,5) entre temperatura e CCS no leite em VMS. No segundo experimento objetivou-se avaliar os parâmetros da resposta inflamatória e do estresse oxidativo e sua relação com CCS em vacas leiteiras. Para tanto, foram realizados dois protocolos com coletas de dados em 3 períodos distintos: D1 (primeiro dia), D2 (48h após D1) e D3 (7 dias após D1). No protocolo 1 foram realizadas coletas nos três dias e utilizadas vacas com mastite subclínica. No protocolo 2 foram trabalhados somente os dados do D3, com média da CCS de vacas sadias (VS) e de vacas com mastite subclínica (VMS). Foram determinadas a contagem de leucócitos circulantes, os níveis de antioxidantes não enzimáticos e malondialdeído (MDA) séricos e a Contagem de Células Somáticas (CCS) no leite. Quanto aos resultados do protocolo 1, os leucócitos totais estavam alterados nos três momentos em relação aos valores de referência, o MDA sérico apresentou-se mais elevado (P<0,05) no D3 quando comparado a D1 e D2, enquanto a bilirrubina sérica estava mais elevada (P < 0,05) no D1. Em relação aos resultados do protocolo 2, observou-se os níveis de MDA encontravam-se elevados em VMS (P < 0,001) quando comparados a VS. Albumina, leucócitos totais, proteínas totais, globulinas e bilirrubina séricas não diferiram entre VS e VMS. Em VMS a correlação foi positiva entre MDA-CCS e entre Leucócitos totais-CCS e negativa entre bilirrubina-MDA. Com a
realização dos dois experimentos, concluiu-se que o pH e a temperatura estão alteradas em vacas com CMT positivo confirmadas pelo CCS elevado, e que estes marcadores físicos químicos podem predizer a mastite subclínica, proporcionando a vigilância dessa doença. Concluiu-se também que as manifestações locais e sistêmicas em resposta ao dano na glândula mamária em vacas com mastite subclínica podem ser avaliadas por biomarcadores como ferramentas ao diagnóstico juntamente com a CCS, destacando-se o MDA.