A proposta da pesquisa é investigar qual o lugar da disciplina Filosofia no currículo do Ensino Médio paulista. Para isso, toma-se como ponto de partida sua institucionalização como disciplina escolar, definindo, a partir dos conceitos de alguns pensadores, o que vem a ser uma disciplina escolar, apontando quais são os efeitos positivos e negativos de instrumentalizar a Filosofia como disciplina. Analisa-se, a partir de sua história como disciplina, no período delineado (1961-2008), os fatores que determinaram sua presença ou sua ausência no currículo escolar brasileiro (de maneira geral) e paulista (especialmente). Destaca-se, nesse ínterim, as mudanças na educação durante o período militar, a quase extinção da Filosofia do currículo escolar, a luta pela sua reintrodução no currículo, a participação de instituições, professores e alunos paulistas nessa batalha, os embates entre os poderes legislativo e executivo paulista em torno da Filosofia fazer ou não parte do currículo médio, sua ambiguidade na LDBEN 9.394/1996 e, depois, obrigatoriedade como disciplina com a Lei 11.684/2008. Definiu-se o período de 1961 a 2008 por considerar dois momentos importantes na história da disciplina Filosofia: inicialmente, a publicação da primeira LDBEN 4.024/1961, que fixou as diretrizes e bases para a educação, e depois, da Lei 11.684/2008, que tornou a Filosofia disciplina obrigatória em todas as séries do Ensino Médio nacional. Também, em 2008, foi proposto um Currículo base para toda a rede estadual paulista, que definiu, entre outras coisas, os temas e conteúdos das disciplinas, inclusive, da Filosofia. Finalmente, apresenta-se os lugares da disciplina Filosofia, quais sejam: o lugar histórico (de caráter intermitente), o lugar formativo (de natureza dialógica) e o lugar legal oficial (relativo ao currículo paulista, especialmente, que se configurou, ao investigar sua genuinidade, como ainda em vias de construção, portanto, como um não-lugar). A pesquisa é de natureza qualitativa, que toma o levantamento bibliográfico e documental como fontes de informação. De maneira geral, a pesquisa se constitui de duas partes: mostrar a intermitência histórica da Filosofia no currículo e apontar seu lugar (ou lugares) no currículo médio paulista.