O primeiro capítulo foi denominado “Considerações Gerais”, no qual foi realizada uma breve revisão de literatura sobre o que foi abordado no trabalho. No segundo capítulo, objetivou-se identificar a frequência de anticorpos anti-Leptospira e avaliar os aspectos epidemiológicos da leptospirose bovina nos rebanhos do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Foram coletadas, em frigoríficos, 372 amostras de soro sanguíneo de bovinos machos e fêmeas provenientes de 15 propriedades localizadas em 12 diferentes municípios da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. As amostras foram submetidas ao teste de Soroaglutinação microscópica (MAT), utilizando-se 16 sorogrupos com 23 sorovariedades de Leptospira spp.. Dentre as amostras avaliadas, 267/372 (71,8%) foram reagentes a títulos ≥ 100, principalmente para os so sorogrupos Sejroe, Tarassovi e Hebdomadis. No MAT de titulação, verificou-se que 178/267 (66,7%) amostras reagentes apresentaram maior frequência de títulos ≥ 200 para os sorogrupos Tarassovi (99/267 – 37,1%), Sejroe (43/267 – 16,1%), Hebdomadis (15/267 – 5,6%). Dentre os sorovares presentes em altos títulos por sorogrupo mais frequente, o Guaricura e o Hebdomadis, não são encontrados nas vacinas comercializadas no Brasil, enquanto o Tarassovi é encontrado em apenas duas marcas comercias. Acredita-se que estes sorovares podem estar sendo transmitidos entre os bovinos ou por outras espécies domésticas e silvestres por meio da contaminação do ambiente com urina de animais infectados. Desta forma, conclui-se que a leptospirose no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, está presente em alta frequência em bovinos, sendo causada por sorogrupos não específicos ou que não estão presentes nas vacinas nacionais, necessitando de medidas de controle mais efetivas. No terceiro capítulo, realizou-se o isolamento, a caracterização sorológica e molecular de uma estirpe de Leptospira da urina de um bovino macho destinado ao abate sem alterações no exame ante-mortem. A estirpe isolada foi denominada UFU02, sendo o primeiro relato de isolamento de Leptospira kirschneri sorogrupo Grippotyphosa em bovinos no estado de Minas Gerais, Brasil. O sorogrupo identificado é mais frequentemente encontrado em espécies silvestres, destacando a importância dos isolamentos para conhecer os aspectos epidemiológicos da doença e estabelecer métodos profiláticos mais eficientes, impedindo a transmissão da doença para animais domésticos e seres humanos. No quarto capítulo, objetivou-se avaliar a reatividade ao MAT de 372 amostras de soro sanguíneo do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, com e sem a adição da estirpe UFU02 no painel de antígenos de estirpes de referência. No teste empregando-se apenas estirpes de referência (MAT REF), 187/372 (50,26%) foram reagentes para pelo menos uma das estirpes testadas, enquanto que no teste com o emprego estirpe isolada (MAT REF+ISO), 196/372 (52,68%) foram reagentes para pelo menos uma das estirpes de referência e de isolado local testados, não havendo coaglutinações para um mesmo sorogrupo entre estirpe local e de referência. Concluindo-se que a inclusão da estirpe local do sorogrupo Grippotyphosa no MAT revelou um aumento não significativo de 2,4% (p > 0,05) do número de bovinos identificados como sororeativos, necessitando da inclusão de mais estirpes de isolados locais no painel de antígenos do MAT. No quinto capítulo, estão as “considerações finais” sobre tese, incluindo as conclusões relativas a todos os capítulos.