A dermatite digital bovina (DDB) e a dermatite interdigital bovina (DIB) são enfermidades do locomotor distal de distribuição mundial. Objetivou-se observar a prevalência de DDB em propriedades nos estados do Paraná (PR), São Paulo (SP) e Pará (PA), assim como verificar se existem diferenças de localização e aspecto clínico macroscópicos das lesões. Também objetivou-se testar produtos terapêuticos à base de plantas para DDB e DIB, capazes de serem aplicados de forma massal em rebanhos bovinos. As lesões de DDB foram classificadas segundo o sistema M. Para cada tratamento, calculou-se o índice de melhora e a frequência de cura. Dividiu-se entre dois experimentos, sendo o experimento 1 no PR e experimento 2 em SP. No primeiro experimento foram aplicados dois tratamentos, sendo tratamento 1 (T1) composto por óleos essenciais (0,2% m/v) mais extratos de taninos (15% m/v) e tratamento 2 (T2) composto por uma solução etanólica de óleo de tomilho (0,1% m/v) e óleo de copaíba (0,2% m/v). No experimento 2 foram aplicados outros dois tratamentos, tratamento 3 (T3), composto por extratos de taninos na concentração (3,8% m/v) e tratamento 4 (T4), composto por extratos de taninos na concentração (10,3% m/v). Como controle positivo, no experimento 1, usou-se uma mistura de sulfato de cobre (2%) e formalina (3%). Considerou-se curado o animal que recebeu nota M0 (DDB) ou com a pele íntegra (DIB). A prevalência de DDB em 5 propriedades (n = 171) foi de 46,7% (PA), 31,3% (PR), 14,4% (SP). O local anatômico das lesões mais comumente observado foi a transição da pele glabra com a pilosa entre os talões, obtendo-se a seguinte frequência (%) de distribuição total: M1 = 10,6; M2 = 50,2; M3 = 32; M4 = 4,4; M4.1 = 2,7. Observou-se o que foi chamado de M3.1, uma lesão em processo de cura com ponto de lesão ativa ao mesmo tempo. Para o tratamento 1 e 2 (n= 25) observou-se 22 lesões (52.3%) de DIB e 20 lesões (47.6%) de DDB. O índice de melhora para o T1 foi 36% e para o controle 67% (p > 0,05). Para o T2, o índice de melhora foi 12% e com controle 51% (p > 0,05). Os índices de cura foram de 18% para o T1 e não houve nenhum animal curado para o T2. Para a DIB os valores de cura foram 54% no T1 e 18% no T2 e o controle foi de 13% (p > 0,05). No T3 (n=9) observou-se 44,4% de cura para DDB e para o T4 (n=7), 57,1% de cura (p > 0,05). Conclui-se que tanto o pedilúvio com sulfato de cobre e formalina quanto o contendo produtos à base de plantas não levam a uma eliminação total das lesões de DDB e DIB nos rebanhos no período observado. Os protocolos contendo taninos e óleos essenciais obtiveram efeito benéfico no tratamento da DDB e DIB semelhante ao do sulfato de cobre com formalina e curaram tanto a DDB quanto a DIB. Não há diferenças anatômicas, de localização ou clínicas macroscópicas na DDB nas propriedades observadas.