As órteses para os membros superiores são utilizadas em conjunto com outras estratégias de tratamento para melhorar o desempenho ocupacional, sendo que os materiais mais utilizados na sua confecção são os termoplásticos de baixa temperatura, cujas marcas comerciais disponíveis no mercado são importadas. O presente estudo teve por objetivo criar uma metodologia para o desenvolvimento e teste de termoplásticos de baixa temperatura, além de desenvolver novos materiais no Brasil, verificando sua aplicabilidade e viabilidade na prática clínica. Na primeira fase da pesquisa (exploratória) foi realizado um levantamento das características e dos componentes que os materiais desenvolvidos devem ter, criando-se uma matriz de requisitos e procedimentos metodológicos que conduziram a formulação dos materiais. Foi realizado um estudo acerca de dois produtos comerciais similares atualmente disponíveis no mercado, de diferentes fabricantes, através dos seguintes experimentos: Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Análise Dinâmico-Mecânica (DMA), Termogravimetria (TG), Teor de Cinzas por Calcinação e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) acoplada com a Espectroscopia por Dispersão de Energia de Raios-X (EDS). Ainda na fase exploratória, foram processados novos materiais, obtendo-se 17 amostras de termoplásticos de baixa temperatura, dentre os quais foram selecionados dois, que obtiveram êxito durante o processo de avaliação utilizando o “Roteiro de Procedimentos de Testes Práticos Empíricos”. Além disso foi criado um instrumento denominado “Manuseio Padronizado para Materiais Termoplásticos para Órteses” (MPMTO). A segunda fase do estudo apresentou caráter experimental, em que os materiais desenvolvidos foram testados e comparados a materiais comerciais, através do MPMTO, e foram analisados com critérios da prática clínica, por profissionais que atuam na área. O principal instrumento de coleta de dados para os participantes foi um questionário organizado no formato de escala do tipo Likert. Destacam-se como resultados: o desenvolvimento de dois materiais termoplásticos de baixa temperatura no Brasil, avaliados como viáveis pelos profissionais, especialmente o Material B; a elaboração de etapas metodológicas para o desenvolvimento de materiais; e a criação dois instrumentos destinados à avaliação de materiais para órteses, um prático empírico e outro padronizado. Além de apresentar relevância social, ampliando as opções de materiais para a confecção de órtese e, consequentemente, gerando melhorias à população, representando um avanço científico e tecnológico.