Doença de Alzheimer (DA ) é uma doença complexa, de ordem neurodegenerativa e progressiva, caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas. Vários estudos mostraram que o bilinguismo desempenha um papel importante na
retenção da reserva cognitiva de alguns indivíduos. Objetivos: Avaliar o efeito do bilinguismo e / ou multilinguismo nos sintomas da DA. Métodos: Revisão sistemática da literatura baseada no Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions. Pesquisa bibliográfica sistemática foi realizada no PubMed, EMBASE, LILACS, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL). Não houve registro de ensaios clínicos. Foram incluídos estudos observacionais transversais em que o efeito do bilinguismo foi avaliado em indivíduos com doença de Alzheimer. Resultados: Oito estudos foram incluídos na revisão sistemática. A metanálise mostrou que não houve diferença entre os monolígues e o grupo bilíngue nos desfechos: Nível de comprometimento cognitivo medido pelo MiniExame do Estado Mental - no momento da avaliação (MD = 0,20; IC95%: - 0,99,1,40); na idade de diagnóstico (MD = 0,46; 95% CI: -0,21, 1,14), idade de diagnóstico da doença de Alzheimer (MD = -2,61; IC 95%: -5,77, 0,55);
desempenho cognitivo e funcional medido por meio do Clinical Dementia Rating (MD = 0,11; 95% IC: -0,06, 0,27) e Behavioral Neurology Assessment (MD = 6,35; IC95%: -0,17,12,88). A análise mostrou que os pacientes bilíngues exibiram sintomas de demência mais tarde do que um grupo comparável de pacientes monolíngues (MD 5,57; 95% CI: 3,43, 7,70). A evidência encontrada foi baixa e muito baixa qualidade. Conclusão: Embora esta revisão sistemática não tenha mostrado diferença entre o grupo bilíngue e o monolíngue na maioria dos desfechos analisados, os dados disponíveis mostram que o início dos sintomas na doença de Alzheimer foi mais tardio no grupo bilíngue em comparação com o monolíngue.