Zilio, E. M. C. Enzimas fibrolítica e amilolítica exógenas na alimentação de vacas em
lactação. [Exogenous fibrolytic and amylolytic enzymes at feeding dairy cows]. 2018. 76f.
Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2018.
As dietas de vacas em lactação são compostas principalmente por carboidratos que não estão
totalmente disponíveis para fermentação microbiana no rúmen, o que pode ser um fator crítico
para a obtenção de energia em ruminantes. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito
da adição de enzima fibrolítica (Fibrozyme®, Alltech Inc., Springfield, KY) e amilolítica
(Amaize™, Alltech Inc., Springfield, KY) nas dietas sobre o consumo de nutrientes, índice de
seleção de partículas, digestibilidade aparente total, fermentação ruminal, metabolismo de
nutrientes, produção e composição do leite de vacas em lactação. Para o experimento, 32
vacas multíparas da raça Holandesa com 181.3 ± 35.3 (média ± SD) dias em lactação (DEL),
571 ± 72.7 kg de peso vivo (PV) e 29.6 ± 5.24 kg/d de produção de leite (PL), foram
distribuídas em 8 quadrados Latinos 4×4. Os tratamentos foram obtidos por esquema fatorial
2×2 pela combinação de enzima fibrolítica e amilolítica, como segue: 1) Controle (CONT):
dieta basal sem adição de enzimas exógenas; 2) Enzima fibrolítica (FIB): dieta basal com
adição de 1 g/kg de Fibrozyme ® no concentrado da dieta (51 UI de atividade xilanase/kg de
matéria seca (MS) da dieta; Alltech, Nicholasville, KY, USA; batch#: 417990-2); 3) Enzima
amilolítica (AMI): dieta basal com adição de 0,66 g/kg de Amaize ™ no concentrado da dieta
(203 FAU/kg MS da dieta; Alltech Nicholasville, KY, USA; batch: 432715-1); e 4)
FIB+AMI: adição de 1 e 0,66 g/kg de Fibrozyme ® e Amaize ™ , respectivamente. As enzimas
foram aplicadas para atender um consumo de 12 g/dia de Fibrozyme ® e 8 g/dia de Amaize ™ ,
de acordo com as recomendações do fabricante. A enzima foi adicionada ao concentrado
durante a preparação na fábrica de ração (toda semana). Não foram observados efeitos das
enzimas sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes. Contudo, houve efeito de interação
entre FIB e AMI para o consumo de partículas entre 19 e 8 mm. A enzima amilolítica
aumentou o consumo de partículas entre 19 e 8 mm nos animais que não recebiam FIB. Além
disso, AMI reduziu o consumo de partículas maiores que 19 mm. Outro efeito observado foi a
interação entre FIB e AMI sobre a concentração de butirato ruminal. A enzima amilolítica
aumentou a concentração de butirato apenas nos animais tratados com FIB. Houve tendência
de interação entre enzimas sobre a excreção de nitrogênio (N) no leite, em que FIB reduziu a
excreção de N no leite apenas nos animais não tratados com AMI. Ainda, AMI reduziu a
excreção de N na urina. Ainda, houve interação entre os efeitos de enzima fibrolítica e
amilolítica sobre a concentração de colesterol e a atividade enzimática da aspartato
aminotransferase (AST) e gama glutamiltransferase (GGT). A enzima fibrolítica reduziu a
concentração de colesterol e aumentou a atividade da enzima GGT nos animais não tratados
com enzima amilolítica. No entanto, a enzima amilolítica aumentou a concentração de
colesterol e a atividade da AST nos animais alimentados com enzima fibrolítica. Houve
interação entre enzimas exógenas sobre a produção de proteína e lactose no leite. A enzima
fibrolítica reduziu a produção de proteína e lactose nos animais não alimentados com AMI.
Não houve mudanças na produção de leite com a suplementação de enzimas exógenas. Em
nosso estudo foram encontrados efeitos no consumo de partículas, fermentação ruminal,
excreção de N e mudanças na composição do leite, contudo não foram observadas alterações
no desempenho produtivo dos animais.