MAZZO, H.C. Suplementação de glicerina na dieta de equinos. [Glycerin
supplementation in equine diet]. 2018. 65f. Dissertação (Mestrado em Ciências) –
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2018.
A glicerina, na alimentação, pode ser considerada uma boa fonte energética. Assim,
sua utilização como substituta em parte de grãos e outros alimentos ricos em amido
é amplamente estuda já que esses alimentos podem causar alterações metabólicas
e digestivas quando em alto consumo. Neste estudo, objetivou-se comparar níveis
de adição de glicerina na dieta de equinos. Foram utilizados oito pôneis machos,
castrados, da raça Mini-Horse, com idade aproximada de 9 anos ± 6 meses, peso
corporal médio de 149,80 ± 17,20 kg e escore corporal médio de 5,4 ± 0,7. Os
animais foram alojados em baias individuais. Adotou-se consumo diário individual de
1,75% do peso corporal (PC), sendo 1% do PC em matéria seca (MS) proveniente
do volumoso e 0,75% do PC em MS do concentrado, com proporção 60:40
(volumoso:concentrado). O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latino
duplo 4 x 4 contemporâneos. As dietas diferiram quanto ao nível de inclusão de
glicerina (0, 4, 8 e 12%) que foram calculados com relação á porcentagem de
concentrado fornecidos por animal. As avaliações foram realizada em quatro
períodos, sendo 14 dias de adaptação à dieta, 5 dias de coleta total de fezes (CTF)
e 2 semanas de intervalo entre os períodos. Avaliou-se a digestibilidade aparente
total dos nutrientes e fermentabilidade da glicerina a partir da CTF, por meio das
análises de respostas glicêmicas, insulinêmicas, ácido graxos da cadeia curta,
ácidos graxos não esterificados (NEFA) e pH das fezes. Também foram realizadas
análises de segurança e aceitabilidade que se constituiu de análises de função
hepática e renal, triglicerídeos, colesterol e frações além da avaliação do
comportamento alimentar dos animais. Além de análise de implicações econômica a
partir da simulação de substituição do milho pela glicerina bruta. Os dados foram
submetidos à análise pelo programa Statistical Analysis System (SAS Institute Inc.,
2010). Para os resultados significativos, foi utilizado o teste de Tukey com P<0,05.
Não houve diferenças entre os tratamentos em nenhuma das análises realizadas
(P<0,05). A glicerina se mostrou palatável e com aceitabilidade. A substituição de
milho por glicerina, mesmo em valores de 1%, representa economicamente 0,42%
de ganho. A suplementação de glicerina bruta na dieta de equinos se apresenta
como segura não afetando o comportamento alimentar, a higidez e a saúde
digestiva dos animais, possuindo justificativa econômica para uso.