VILELLA, S. B. Efeito da suplementação com microalgas ricas em ácido docosahexaenóico
durante o período periparto sobre a involução uterina de éguas. (Effects of docosahexaenoic acid
rich microalgae supplementation in periparturient mares on uterine regression). 2018. 56 p.
Dissertação de Mestrado (Mestrado em Nutrição e Produção Animal) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2018.
O presente estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito da adição de suplemento
contendo microalgas ricas em ácido docosahexaenoico (DHA) no período periparto sobre o
processo de involução uterina de éguas. Foram utilizadas 18 éguas sem raça definida, com
410 ± 39,5 kg (média ± desvio padrão) de peso corporal, 7,83 ± 2,01 anos de idade e escore
de condição corporal 5,39 ± 0,61. Noventa dias antes da data de parto prevista, os animais
foram aleatoriamente alocados para receber um dos tratamentos experimentais: CONT: sem a
adição de suplemento rico em microalgas; e ALG: com a adição de 0,06 g/kg de peso
corporal/dia de microalga (All-G Rich ® , Alltech, Nicholasville, KY). As éguas foram
mantidas em pastagem de Cynodon e receberam 1 kg/dia de concentrado no pré-parto e 2 kg/
dia após o parto, divididos em dois fornecimentos diários. As éguas foram avaliadas por
palpação retal, ultrassonografia no modo B e Doppler, aos 3, 7, 11, 15 após o parto e 4 e 7
dias após a primeira ovulação pós parto. Os dados foram divididos em avaliações pós parto (3,
7, 11 e 15 dias) e pós ovulação (4 e 7 dias) e foram avaliados como medidas repetidas no
tempo, utilizando o PROC MIXED do SAS (versão 9.3). Independentemente (P ≥ 0,508) do
tempo de avaliação, a adição de suplemento rico em microalgas não afetou (P ≥ 0,265) o
diâmetro do endométrio,. Em relação aos animais do grupo CONT, os animais do grupo ALG
apresentaram menor (P = 0,042) diâmetro do mesométrio do corno gestante após o parto e
tenderam (P = 0,093) a apresentar menor diâmetro no corno não gestante. Os diâmetros do
endométrio e mesométrio foram afetadas (P < 0,001) pelo tempo de avaliação pós parto. De
maneira geral, com a passagem do tempo, os diâmetros foram reduzidos. Nem a adição de
microalgas (P ≥ 0,185), nem o tempo de avaliação (P ≥ 0,164) afetaram a vascularização do
endométrio e do mesométrio. A suplementação com microalgas aumentou (P = 0,004) a
ecogenicidade uterina pós parto, sem afetar (P ≥ 0,392) a presença de fluido uterino, o
diâmetro do folículo dominante, os intervalo entre o parto e a primeira ovulação, assim como
o escore de condição corporal dos animais. Independentemente (P ≥ 0,523) do tratamento,
com o passar do tempo, houve redução (P ≤ 0,05) da quantidade de fluido uterino e aumento
(P ≤ 0,05) do diâmetro do folículo dominante. A suplementação com microalgas ricas em
DHA na dieta de éguas, apesar de reduzir o diâmetro do mesométrio e aumentar a
ecogenicidade uterina, não afeta a recuperação uterina pós-parto, nem reduz o intervalo entre
o parto e a primeira ovulação.