A Ceratoconjuntivite Seca (CCS) é uma condição multifatorial que acarreta em desordem na produção de lágrimas, resultando em sinais clássicos como: ressecamento ocular, hiperemia conjuntival, incômodo, dor, hiperpigmentação, neovascularização, secreção mucosa ou mucopurulenta, podendo ou não haver presença de úlceras. No tratamento convencional normalmente são utilizados fármacos imunossupressores, administrados por longos períodos, porém possuem resultados limitados. Desta forma, a necessidade de se buscar novos tratamentos, que visem reparar e restaurar a funcionalidade da glândula lacrimal comprometida é um dos principais desafios no campo da medicina veterinária. Diante do exposto, foram utilizados quatro cães (CCS-1, CCS-2, CCS-3 e CCS-4) acometidos bilateralmente pela Ceratoconjuntivite Seca, adultos, que receberam células de forma autóloga, instiladas em cada olho, recebendo 3 aplicações, com intervalo de 30 dias cada uma e sendo avaliados semanalmente quanto a evolução clínica e a produção lacrimal, por meio do Teste de Schirmer. Inicialmente houve redução dos sinais clínicos da doença, com melhora significativa durante todo o período de avaliação, apresentando queda acentuada da secreção ocular, melhora quanto a opacidade e vascularização da córnea, e sutil aumento da produção lacrimal. No entanto, o custo benefício precisa ser melhor avaliado visto que o uso de células, assim como o tratamento convencional, se mostra limitado, podendo não ser duradouro quando se trata de animais com estágio avançado da doença, o que pode ter influenciado diretamente nos resultados encontrados. Desta maneira, mais estudos com animais com a enfermidade de leve a moderada se fazem necessários no que concerne o uso tópico de células-tronco mesenquimais.