No Brasil as gramíneas do gênero Brachiaria são predominantes nos sistemas de produção. O
estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a Brachiaria brizantha cultivar Marandu e BRS
Paiaguás e Brachiaria ruziziensis cultivar Kennedy em diferentes idades de corte para produção
de feno por meio de suas características morfogênicas, estruturais, morfológicas, composição
quimica, digestibilidade in vitro, quantificação da protodioscina e produção acumulada de gás.
Foram realizados três experimentos (artigo I com a cultivar Marandu, artigo II com a cultivar
BRS Paiaguás e artigo III com a cultivar Kennedy). Os tratamentos experimentais foram
constituídos pelas idades de corte: 21, 35, 49 e 63 dias com quatro repetições. O delineamento
utilizado foi em blocos casualizados, foram utilizadas 16 parcelas de 5m x 10m (50 m2). Foram
realizadas as mensurações do número de folhas verdes, comprimento da lâmina foliar, do colmo
para avaliação das características morfogênicas em todos os canteiros experimentais. A partir
dessas informações foram calculadas as variáveis: taxa de aparecimento de folha (TApF), taxa
de alongamento de folha (TAlF), filocrono (FILO), duração de vida da folha (DVF), número
de folhas vivas (NFV), taxa de senescência de folhas (TSeF) e comprimento final da folha
(CFF). A determinação da composição quimica da forragem e do feno foi realizada após o corte
em cada intervalo entre cortes, sendo analisados os teores de: matéria seca (MS), matéria
orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), lignina (LIG) e também foram realizadas análises de digestibilidade da matéria
orgânica (DIVMO), produção de gás in vitro e teores de protodioscina. Na cultivar Marandu
houve efeito linear e quadrático (P < 0.05) dos intervalos entre cortes sobre as características
estruturais e morfológicas. Os intervalos entre cortes influenciam positivamente na composição
química, digestibilidade e produção de gás da folha e colmo da matéria natural. O teor de
protodioscina da folha aos 35 dias foi de 3,63 g kg-1 de MS. matéria seca= 802.48 e 796.48 g
kg-1 de MS; proteína bruta=91.98 e 88.59 g kg-1 de MS; fibra em detergente neutro=731.90 e
790.60 g kg-1 de MS; digestibilidade in vitro da matéria orgânica=705.75 e 724.23 g kg-1 de MS
e produção cumulativa de gás in vitro=11.98 e 10.48 mL de gás 100 mg-1 de MS. A
concentração de protodioscina do feno reduziu quatro vezes o teor (3.93 e 3.73 g kg-1 da MS).
Na cultivar BRS Paiaguás, verificou efeito linear e quadrático (P< 0.05) dos intervalos entre
cortes sobre as características morfológicas e estruturais, composição química, digestibilidade
e produção de gás da folha e colmo da matéria natural. O feno com intervalo de 21 e 35 dias
resultaram em: matéria orgânica= 915.20 e 913.58 g kg-1 de MS; proteína bruta= 102.33 e
80.80 g kg-1 de MS; fibra em detergente neutro= 696.83 e 771.70 g kg-1 de MS; digestibilidade
in vitro da matéria orgânica=769.83 e 715.03 g kg-1 de MS; produção de gás= 13.55 e 11.52 mL
de gás 100 mg-1 de MS e a concentração de protodioscina de 3.42 e 44.33g kg-1 de MS. O
intervalo de corte de 21 e 35 dias é a melhor época para a produção do feno da cv. BRS Paiaguás.
Na cultivar Kennedy, houve efeito linear e quadrático (P< 0.05) do intervalo entre cortes sobre
as características morfológicas e estruturais, composição química, digestibilidade e produção
de gás da folha e colmo in natura. O feno com 21 dias resultou em maiores composição química
(matéria seca e proteína bruta= 799.30 e 115.45 g kg-1 de MS), digestibilidade (digestibilidade
in vitro da matéria orgânica=822.38 g kg-1 de MS), produção acumulada de gás in vitro
(12.11 mL de gás 100 mg de MS) e menor concentração de protodioscina (3.27 g kg-1 de MS).
O intervalo de corte de 21 dias é o adequado para produção do feno de cv. Kennedy