Foi realizado um experimento de modo a avaliar o fracionamento de carboidrato e proteína e a cinética da degradação da matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN) do farelo de soja (FS) e de subprodutos do algodão: farelo de algodão (FA), torta de algodão (TA), caroço de algodão integral (CAI), caroço de algodão deslintado (CAD), línter (LA) e a casca de algodão (CA). Em seguida, mais seis experimentos foram conduzidos para avaliar os diferentes subprodutos do algodão (Línter-LA, Caroço de algodão deslintado-CAD e a Casca de algodão-CAA) na alimentação de ovinos confinados, sobre o consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros sanguíneos, balanço nitrogenado e comportamento ingestivo. Experimento 01: Foram determinadas as frações A+B1, B2 e C dos carboidratos, enquanto que as frações proteicas foram NNP, B1+B2, B3 e C. O FS se diferenciou dos demais subprodutos do algodão no momento que se analisou a fração A+B1. A TA foi similar a CAA ao analisar a fração A+B1, com médias de 39,53 e 39,47% respectivamente. A fração B2 dos carboidratos não se diferenciou para o FS, FA, LA e a CAA. A fração C dos carboidratos foi observado maior valor para a CAA (41,95%), enquanto que a menor para o FS (9,10%). O maior e menor valor da fração A da proteína foi observado para o LA e CAA. Quanto aos parâmetros cinéticos da degradação da MS, a fração solúvel em água no tempo zero (a) foi mais representativa para o FS, TA e para o CAD. Dentre os alimentos estudados, os que obtêm valores mais elevados para a degradabilidade são o farelo de soja e a torta de algodão, os mesmos alimentos se destacou quanto as frações dos carboidratos e proteínas que apresenta rápida degradação no rúmem. A casca de algodão e o línter apresenta as menores taxas de degradabilidade. Experimento 02: Vinte ovinos, machos não castrados, com peso médio de 27 kg foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos constituíram de CAD nos teores de 0, 8, 16 e 24%, na matéria seca das dietas. O CAD não alterou (P>0,05) os consumos de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO) e fibra em detergente neutro (FDN) expressos em g/animal/dia, %PC e g/kg PC0,75. O CAD influenciou (P<0,05) de maneira decrescente as digestibilidades aparentes da MS, MO, FDN, EE, CNF e CT, enquanto que a digestibilidade aparente da PB não apresentou efeito significativo (P>0,05) com média de 63,95%. O CAD não influenciou (P>0,05) os parâmetros sanguíneos e balanço nitrogenado. Por afetar alguns parâmetros como
digestibilidade, e, visando alto desempenho na produção de ovinos, não se justifica a inclusão na dieta do CAD. Todavia, sua inclusão na dieta de animais que não visa alto ganho de peso pode ser adotado o nível de até 8% na dieta. Experimento 03: Objetivou-se avaliar a inclusão do caroço de algodão deslintado (CAD) na alimentação de ovinos para avaliar o comportamento ingestivo. Foram utilizados 20 ovinos machos não castrados. O CAD alterou de maneira linear decrescente a eficiência de ingestão g MS/horas (P<0,05). A inclusão do CAD alterou de maneira linear crescente o nº/bolos ruminados por dia e o tempo total de mastigação (min/dia), aumentando 6,66 (n°/bolos) e 4,16 (min/dia) para cada 1% de inclusão do CAD. O tempo médio de mastigação seg/bolo apresentou comportamento quadrático (P<0,05), com máxima estimada em 49,14 seg/bolo, para o nível de 8,21% do CAD. Houve comportamento quadrático (P<0,05) para mastigação merícica horas/dia estimando valor máximo de 12,99 horas/dia para o nível de 12,7% de inclusão do CAD. Por afetar alguns parâmetros do comportamento ingestivo, não se justifica a inclusão do caroço de algodão deslintado na dieta de ovinos que visa alto rendimento de ganho de peso. Contudo, para objetivos menores o nível de até 8% do CAD pode ser adotado na dieta de ovinos. Experimento 04: Vinte ovinos, machos não castrados, com peso médio de 33 kg foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram constituídos pela inclusão do LA aos teores de 0, 7, 14 e 21% na MS das dietas. A inclusão do LA na dieta promoveu redução (P<0,05) nos consumos de MS, PB, MO, EE, CNF e CT em g/animal/dia. O LA não alterou (P>0,05) a digestibilidade aparente da MS, MO, FDN e CNF com média de 65,61; 67,36; 63,64 e 86,26% respectivamente. Não foi verificado efeito significativos (P>0,05) para a concentração de uréia do sangue, com média de 17,66 mg/dL. A inclusão do LA na dieta promoveu redução (P<0,05) no balanço nitrogenado (g/dia) e nos níveis de glicose (mg/dL). O LA de algodão não apresentou resultados satisfatórios que justifique sua inclusão na dieta de ovinos confinados. Experimento 05: Objetivou-se avaliar a inclusão do línter de algodão (LA) na alimentação de ovinos sobre o comportamento ingestivo, para tanto, foram utilizados 20 ovinos machos não castrados. O LA não alterou (P>0,05) os consumos de MS e FDN expresso em refeição por kg. Contudo, os consumos de MS e FDN expressos em minuto/kg apresentaram efeito linear crescente (P<0,05) com a inclusão do LA na dieta. O LA alterou de maneira linear decrescente (P<0,05), a eficiência de ingestão da MS e FDN em g/hora. Não houve alteração quando incluiu o LA na dieta (P>0,05) para o número de bolos ruminados por dia, tempo de mastigação e tempo de mastigação total, com valores médios de 529 bolos/dia, 44 seg/bolo e 320 min/dia, respectivamente. O LA não é indicado para compor a dieta de ovinos confinados. Experimento 06: Vinte ovinos, machos não castrados, com peso médio de 32 kg foram
distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram constituídos pela inclusão do de 0, 10, 20 e 30% CAA na matéria seca das dietas. A inclusão da CAA na alimentação de ovinos alterou os consumos de MS, PB, MO, EE, CNF e CT, expressos em g/animal/dia, %PC e g/kg PC0,75. A inclusão da CAA (P>0,05) reduziu o valor da digestibilidade aparente da MS, FDN e EE, contudo, a CAA nas rações experimentais propiciou uma aumento (P>0,05) na digestibilidade da PB. A inclusão da CAA nas rações de ovinos alterou de forma linear decrescente (P<0,05) o balanço nitrogenado, reduzindo 0,51 g/dia para cada 1% de inclusão da CAA. Não foram verificados efeitos significativos (P>0,05), para uréia do sangue e glicose com média de 19,23 e 72,35 mg/dL respectivamente. A inclusão dos diferentes níveis de casca de algodão na dieta de ovinos confinados propicia redução no consumo e digestibilidade dos nutrientes, desta forma, não recomenda-se colocar este subproduto na dieta de ovinos de alta performance. Porém justifica-se a utilização de até 5% deste subproduto em criações que não visamalta performance, ou seja subsistência. Experimento 07: Objetivou-se avaliar a inclusão da CAA na alimentação de ovinos sobre o comportamento ingestivo. Foram utilizados 20 ovinos machos não castrados. Não houve efeito (P>0,05) para o consumo de FDN min/kg com média de 1038,78 min/kg. A eficiência de ingestão e ruminação da MS e FDN em g/horas apresentaram efeito linear decrescente (P<0,05) conforme foi adicionado a CAA na dieta. O número de bolos ruminados por dia reduziu 4,74 n°/bolos para cada 1% de inclusão da CAA. O tempo de mastigação seg/bolo não apresentou efeito (P>0,05) com média de 44 segundos. A CAA alterou de maneira linear decrescente e crescente (P<0,05) o tempo gasto com ruminação e ócio, respectivamente. A CAA alterou de maneira decrescente (P>0,05) a ruminação g de MS e FDN/bolo. A inclusão dos diferentes níveis de casca de algodão na dieta de ovinos confinados propicia redução no consumo de matéria seca, eficiência de ingestão e ruminação, desta maneira não recomenda-se colocar este subproduto na dieta de ovinos objetivando alta performance. Contudo, justifica-se a utilização de até 5% deste subproduto em criações que não visam alta performance, ou seja subsistência e a manutenção do peso corporal do rebanho geral.