Há demanda de conhecimento na nutrição de cães, seja pela busca de ingredientes
viáveis e em quais níveis são seguros para utilizá-los, para melhor entender o
metabolismo de cada nutriente, ou para aprimorar a exigência nutricional desses
animais. Como por exemplo, a partir do milho, podem-se originar vários co-produtos
com características distintas. Nesse contexto, o trabalho engloba a realização de três
experimentos. No primeiro capítulo, objetivou avaliar o efeito da inclusão de níveis
crescentes de óleo de milho (0%, 4%, 8% e 12%) no coeficiente de digestibilidade
aparente (CDA), na digestibilidade do ingrediente e palatabilidade dessas dietas para
cães. Para isso, foram realizados 3 experimentos, no primeiro os níveis de óleo de
milho (OM) 4, 8 e 12% foram adicionados em substituição ao óleo de vísceras de
frango (OV). Foi também analisado a digestibilidade do OM, utilizando o método de
substituição. A palatabilidade foi avaliada, por meio da primeira escolha (PE) e razão
de ingestão (RI) da dieta com OV vs OM com e sem palatabilizante. No terceiro
capítulo, o objetivo foi estimar o valor de perdas endógenas (VPE) da gordura em cães
Beagles adultos e filhotes, bem como estimar o coeficiente de digestibilidade aparente
(CDA) e coeficiente de digestibilidade verdadeira (CDV). Foram utilizados 16 cães
Beagles filhotes (5 meses) e 8 cães Beagles adultos (6 + 0,2 anos). Foi formulada uma
dieta basal e nela adicionados crescentes níveis de OV (6%, 12% e 18%). O VPE foi
estimado utilizando dois métodos (mg de EEA/kg PC/dia e g/kg de matéria seca
ingerida, IMS), com regressão hiperbólica e linear, respectivamente. No quarto capítulo,
o objetivo foi avaliar a inclusão de gérmen de milho integral (GI) e desengordurado
(GD) com e sem um complexo enzimático (CE), na digestibilidade e palatabilidade em
dietas para cães adultos. Foram avaliadas seis dietas, o GD e GI, foram incluídos em
20% em substituição ao milho. Seis cães adultos foram utilizados e distribuídos em
quadrado latino. No segundo capítulo, o CDA, EM, características das fezes e
digestibilidade do extrato etéreo (EEA) do ingrediente não diferiram entre as dietas com
OM e OV (P>0,05). A inclusão de OM não influenciou a PE e RI (P>0,05). No terceiro
capítulo, o VPE dos cães adultos foi menor do que cães filhotes em ambas as
metodologias, 138 mg e de 262 mg de gordura/kg de PC/dia (método hiperbólico) 7,89
g/kg de MS ingerida e 8,97 g/kg de MS ingerida, respectivamente. O CDV dos cães
filhotes tiveram os maiores valores quando comparados com adultos (P<0,05). Já no
quarto capítulo, com a inclusão do CE foram observadas melhoria do CDA da MS,
energia bruta (EB) e energia metabolizável (EM, P<0,05). No entanto, não foram
observadas diferenças nas características fecais (P>0,05). Desta forma, conclui-se que
o óleo de milho tem potencial para ser utilizado em dietas para cães. Os CDA e
coeficiente da gordura foram maiores em cães em crescimento do que em adultos (5
meses vs. 6 anos de idade). O VPE de cães filhotes é maior do que cães adultos. Com
a inclusão do CE houve melhora da digestibilidade dos nutrientes.