Palatabilidade representa a escolha do animal frente a um determinado alimento. Odor, sabor, textura, temperatura e formato do kibble são medidas importantes que interferem na preferência alimentar. O gato é um carnívoro estrito, com preferências pouco conhecidas, mas muito seletivo na escolha da dieta. Devido a esta seletividade é importante conhecer as preferências alimentares dos gatos visando desenvolver alimentos comerciais mais palatáveis. O objetivo do trabalho foi determinar as preferências alimentares de gatos domésticos por meio de um protocolo padronizado e por análises visuais, comportamentais e laboratoriais. Para atender o objetivo foi realizado uma revisão sistemática de protocolos de palatabilidade para cães e gatos, cuja observação direciona a falta de padronização. Um experimento para definição de protocolo foi feito, atravez de três ensaios com o uso de 40 gatos, recebendo alimentação quatro vezes ao dia, durante vinte minutos, em gaiolas individuais, por dez dias. O protocolo ficou definido em um dia de adaptação ao manejo e um dia de coleta de dados. Observou-se que o número de animais depende de cada ensaio, se usar desvio padrão de 0,20, 23 gatos são suficientes dentro da confiança estatística.. O sexo não interfere na escolha e avaliação da primeira escolha que poderá ser feita pela manhã ou à tarde. Este protocolo foi utilizado para avaliar o confronto de rações de diferentes fontes de proteina (concentrado proteico de soja, glúten de milho, farinha de vísceras de frango, farinha de carne), lipídeos (óleo de frango, óleo de peixe, sebo e banha), amido (batata, milho, arroz e sorgo) e aromas (bacon, baunilha, carne, laranja, manteiga, queijo). Para este experimento foram utilizados 35 gatos, com duração de 2 dias em cada confronto e avaliação da primeira escolha pela manhã, razão de ingestão e observação do comportamento alimentar com uso de câmeras. Como resultado, observou-se no ensaio com ingredientes proteicos, a rejeição pelo glúten de milho. Na comparação entre fontes de lipídeos, houve rejeição pelo sebo. No ensaio com amido houve preferência pelo arroz em relação ao sorgo e nos ensaios com aromas, houve preferência nas rações sem aromas. Em relação a análise de comportamento por imagens de câmeras, verificou-se que os gatos são animais que utilizam olfato e paladar para escolha de um alimento. Por meio dos dados de razão de ingestão, pode-se perceber que o alto consumo foram em rações que eles escolhiam pelo paladar. Conclui-se que um protocolo definido é necessário para maior confiança nos resultados, para gatos o ensaio de preferência alimentar dará em um dia de adaptação ao manejo e um dia de coleta de dados. Uso de 23 animais é suficiente, desde que use um desvio padrão 0,20, as avaliações podem ser feitas em qualquer horário e sexo de animais castrados não interfere na resposta. A Tabela do poder do teste ou o comando no Rstudio (versão 3.3.3) dará maior confiança no número de animais a ser utilizado. O uso de rações com sebo bovino, glúten de milho e aromas demonstraram rejeição em gatos domésticos.