Perfil e destino dos egressos do programa de pós-graduação em nefrologia da UNIFESP - EPMIntrodução: A pós-graduação no Brasil experimentou elevado crescimento nas
últimas duas décadas. O Programa de Pós-Graduação em Nefrologia criado
em 1973, formou ao longo de 40 anos 261 mestres, 114 doutores e 145
doutores que também realizaram mestrado, totalizando 665 teses de 520
egressos.
Objetivos: Traçar o perfil e identificar a atuação dos egressos no meio
acadêmico e no mercado de trabalho. Identificar a nucleação proporcionada
pela migração em diferentes regiões do país.
Material e Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo dividido em duas partes:
1) análise do perfil dos alunos que concluíram 665 teses no período de 1976 a
2015, utilizando o Banco de dados do programa confrontado com dados do
Setor de Cientometria da IES. 2) questionário para identificar a atuação dos
egressos, formulado com base em estudo da Fiocruz na avaliação de egressos
e projeto da Unesco para mapeamento da titulação e mobilidade de doutores
no mundo. Diante das significativas alterações sócio econômicas e
demográficas e do avanço tecnológico no período, e das mudanças nas regras
de avaliação da Capes a partir de 1997, os egressos foram divididos em três
coortes: Grupo 1(G1) – 1976 a 1997 (N=190); Grupo 2(G2) – 1998 a 2006
(N=207); Grupo 3 (G3) – 2007 a 2015 (N=267).
Resultados: Perfil- 61% das teses concluídas foram de mestrado. As mulheres
foram maioria, com 59%. No G1, as mulheres eram 41% passando a 67% no
G3. Formados em medicina eram 94% no G1 e 33% no G3, mas na média
geral eram 53% (somente em 1991, alunos formados em outras áreas
ingressaram no programa). As IES privadas foram a origem de 50,7% dos
egressos, mas era de 33,7 no G1. Bolsas Capes/CNPq foram concedidas a
77% dos alunos. O sudeste foi a região de origem predominante do egresso
com média de 77%, sendo 68% de São Paulo. A idade média dos alunos ao
ingressarem foi de 30 anos no mestrado e de 33 anos no doutorado, e da
conclusão foi 33 e 36 anos, respectivamente. O tempo médio para conclusão
do mestrado foi de 38 e, no doutorado, de 48 meses. Questionário:
contatamos 91% dos egressos e obtivemos 60% de respostas; 80% se
declaram brancos; 56% realizaram iniciação científica (IC) durante a
graduação. Projetos experimentais correspondem a 43% das teses concluídas.
As bolsas de agências de fomento foram a principal fonte de renda durante a
pós-graduação para 53%. São Paulo foi o estado de destino de 72%.
Encontram-se empregados com vínculo formal 78% dos egressos. A renda
média dos mestres foi de 5 a 10 salários mínimos (SM) e dos doutores, acima
de 10 SM. O percentual de mulheres ganhando acima de 20 SM foi de 15% vs.
41% dos homens. A maioria dos egressos tem o emprego principal em IES
(57%) e o tipo de vínculo na ocupação principal é a CLT (41%). Relação entre
atuação profissional e a tese desenvolvida é apontada por 76% dos egressos;
71% estão envolvidos com docência e pesquisa. 51% dos egressos do
doutorado tiverem experiências internacionais, sendo o pós-doutorado
apontado por 52% deles. Discussão e Conclusões: O número de alunos
matriculados e de teses concluídas aumentou do G1 ao G3, com predomínio
de alunos de mestrado. A participação das mulheres cresceu ao longo dos
períodos e no último foi maior que a dos homens. Predominaram alunos
brancos, com apenas 1% de pretos. A participação proporcional de médicos
em relação a alunos de outras áreas diminuiu progressivamente do G1 ao G3.
Os alunos eram provenientes de 23 estados e das 5 regiões, com predomínio
de São Paulo e da região Sudeste. O destino da maioria deles (76%) foi o
próprio estado de São Paulo. Inicialmente os alunos eram oriundos sobretudo
de IES públicas, mas no G3 predominaram aqueles de IES privadas. Fazer a
pós-graduação teve um impacto positivo sobre a obtenção de empregos, e a
titulação de doutor associou-se a níveis salariais mais elevados. O programa
contribuiu para a formação de recursos humanos e nucleação de novos grupos
de pesquisa em outros estados e regiões do país, considerando-se número e
distribuição dos egressos ao longo dos 40 anos avaliados, assim como para a
inserção dos mesmos no mercado de trabalho. Os presentes achados
permitiram conhecer o perfil e destino dos egressos, assim como gerou
informações que podem ser úteis para planejamento do programa e proposição
de formulário padrão para acompanhamento regular dos egressos.