A frutose é um açúcar que vem sendo muito utilizado pelas indústrias alimentícias para adoçar e dar sabor aos alimentos, bem como aos refrigerantes e sucos. Entretanto, ao contrário da glicose, a frutose não estimula a secreção de insulina e leptina, mas sim de hormônios ligado a estimulação do apetite, o que sugere que essas substâncias possam favorecer o ganho de peso e o desenvolvimento da obesidade. A insulina pode influenciar o balanço de energia através de ações diretas no sistema nervoso central e através de sua influência e interação com outros hormônios, tais como a angiotensina II (Ang II), a adrenalina, a leptina, o hormônio do crescimento. A alteração da atividade do SRA tem sido destacada, uma vez que diferentes estudos têm demonstrado que o aumento da frutose na dieta promove ativação do SRA em ratos e camundongos e aumento na formação de Ang II em camundongos que receberam uma dieta rica em frutose.Sabe-se, que as enzimas proteolíticas são responsáveis pela quebra de ligações peptídicas entre os aminoácidos, catalisam muitas reações em vias metabólicas,sendo muito importantes na manutenção e regulação dessas vias. Estudos recentes têm demonstrado que alterações da enzima conversora de angiotensina I e 2 (ECA e ECA2), endopeptidase neutra (NEP), quimase, renina e catepsina D do Sistema Renina Angiotensina (SRA). Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar a modulação do SRA sob o efeito de frutose sobre células mesangiais imortalizadas humanas (CMHI). Neste estudo foram utilizadas CMHI em cultura divididas em 3 grupos experimentais: Controle (CT, n=10), Frutose 5mM (F5mM, n=10) e Frutose 30mM (F30mM, n=10). As células estimuladas com F5mM e F30 mM tiveram uma diminuição da atividade da ECA no meio intracelular, e um aumento da mesma no extracelular, demonstrando que ocorre uma secreção da enzima para esse compartimento, sugerindo assim que a formação de Ang II no extracelular ocorre pela via clássica de formação do peptídeo. E o aumento dos níveis de Ang I no compartimento intracelular pode ser resultado da somatória das atividades da renina e catepsina D. Detectamos atividades da ECA 2/NEP para a formação da Ang (1-7), contrabalanceando as ações da Ang II nesta célula a fim de protegê-ladas alterações fisiopatológicas causadas pela exposição à frutose. Em relação a quimase, não temos alterações no compartimento intracelular, entretanto, podemos sugerir que a via de formação da Ang II está ativa por esta via alternativa, devido a uma maior concentração dessa enzima em relação a ECA nesse compartimento. A modulação das enzimas do SRA sob influência da frutose nas CMHI, demonstrou que há um balanço entre as vias clássicas e alternativas para a formação da Ang II e Ang (1-7) no intracelular e extracelular. A frutose modulou a localização das enzimas das vias de formação dos peptídeos, bem como a Ang II e Ang (1-7), tendo sido encontradas no núcleo da célula e perinuclear sugerindo ter estas enzimas um papel importante na formação desses peptídeos que poderão ter uma ação intrácrina podendo agir no núcleo na transcrição de novos genes. Apesar desse perfil, necessário se fará entender a secreção das enzimas e seu tráfego celular induzido pela frutose.