Este estudo foi realizado como o objetivo de determinar o perfil proteômico e bioquímico do plasma seminal de touros jovens da raça Nelore e sua relação com as características físicas e morfologicoas do sêmen. Foram usados 20 touros com idades compreendidas entre os 19,8 e 22,7 meses. Todos os touros foram submetidos a avaliação andrológicas e classificados segundo suas características reprodutivas em touros aptos e inaptos à reprodução. Foi coletada uma amostra de sêmen de cada touro pelo do método de eletroejaculação e foram avaliados os aspectos físicos e morfológicos dos ejaculado por meio de microscopia optica convencional e de contraste de fase. Depois das análises, os ejaculados foram centrifugados e os sobrenadantes (plasma seminal), foram usados para determinar as concentrações de glicose, albumina, proteínas totais, triglicerídeos, colesterol, HLD, LDL, ureia, cálcio, fósforo, cloreto, ferro, sódio e potássio por meio de um analisador bioquímico e fotômetria de chama. Depois da centrifugação, as proteínas do plasma seminal foram quantificadas pelo método de Bradford e análisadas por meio de eletroforese (SDS-PAGE e 2-D SDS-PAGE) e espectrometria de massas (MALDI TOF/TOF e LC-MS/MS). As proteínas foram identificadas pelo MASCOT (versão 2.4.0) e validadas estatisticamente usando o software SCAFFOLD Q+ (versão 4.0). As proteínas foram classificadas de acordo a suas classes e processos biológicos pelo o PANTHER (versão 10.0) usando os termos de ontologia gênica depositados no banco de dados UniprotKB. As proteínas diferencialmente abundantes foram quantificadas pelo método emPAI considerando unicamente aquelas proteínas com foldchange superior a 1,5 vezes. As redes de interação entre as proteínas identificadas no plasma seminal foram obtidas por meio do STRING (versão 10.5). Os dados foram analisados pelo o software estatístico SAEG - UFV (versão 9.1), e foram usadas as correlações de Pearson para estudar a relação entre as características estudadas. Não foram obsevadas diferenças (p>0,05) nos valores medios das características do aspecto físico do sêmen e perímetro escrotal entre os grupos de animais. A porcentagem de defeitos espermáticos apresentou diferença (p<0,05) entre os dois grupos de touros sendo maior no grupo de reprodutores classificados como inaptos à reprodução. Tambem foram observadas diferenças nas concentrações de colesterol, triglicerídeos e ferro (p<0,05) sendo maiores para os animais classificados como aptos à reprodução. Foram observadas correlações medias, positivas e negativas entre os componentes do perfil bioquímico do plasma seminal. Usando LC-MS/MS foram identificadas 298 proteínas com pelo menos dois peptídeos validados. A Spermahesin 1 foi a proteína mais abundante representando 39,6 % do total das proteínas identificadas no plasma seminal, seguida pela BSP PDC-109 (4,6 %) e Serine protease inhibitor clade E member 2 (4,0 %). De acordo com a classificação dos processos biológicos 94 proteinas apresentaram atividade realacionadas com processos celulares, 85 com processos metabólicos e 39 com resposta a estímulos, sendo as categorias com maior numero de proteínas classificadas. As proteínas do plasma seminal foram categorizadas em 21 classes de proteínas diferentes, onde classe hidrilase (49) e modulares enzimáticos (29) foram os grupos com maior numero de proteínas enquadradas. Das 298 proteinas identificadas, 34 foram diferencialmente abundantes, e delas 26 apresentaram mais abundantes no grupo de touros classificados como aptos à reprodução e 8 no grupo de touros classificados inaptos à reprodução.