Várias são as enfermidades metabólicas que acometem vacas leiteiras, e entre elas a hipocalcemia, também conhecida como, febre do leite, paresia puerperal ou síndrome da vaca caída. A hipocalcemia pode acometer animais em até 72 horas após o parto, com maiores ocorrências em animais de alta produção de leite e principalmente com mais de duas lactações. Foram realizados dois experimentos no período de transição em vacas leiteiras em distintos locais, com o objetivo de avaliar possíveis formas de prevenir disturbios metábolicos no pós-parto. No primeiro experimento, foram utilizadas 8 vacas leiteiras de segunda e terceira lactação da raça Holandesa no período de pré e pós-parto, onde receberam diferentes dietas antes do parto. O grupo controle (4 animais) recebeu uma dieta com diferença catio aniônica (DCAD) de 2,57 mEq/Kg enquanto que o grupo DCAD (4 animais) recebeu uma dieta com DCAD de -112,2 mEq/Kg. Foram avaliados os níveis séricos de cálcio, proteina total, albumina, colesterol, triglicerideo, ureia, espécie reativa ao oxigênio (ROS), TBARS e das enzimas AST, ALT, GGT, nos dias 20, 10 e 5 pré-parto e 3, 7, 12 e 20 pós-parto. Dos tratamentos avaliados, o grupo DCAD negativo apresentou vantagens em relação ao cálcio, em que os animais tiveram maior capacidade de regulação da homeostase, onde ocorreu maior queda de cálcio antes do parto, mas após o parto a concentração de cálcio se manteve superior ao do grupo controle. Houve diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos para TBARS no 5º dia pré-parto, para colesterol e uréia no 3º dia pós parto e para ROS no 3ºe 7º dia pós parto. No segundo experimento, foi avaliado a administração de cálcio subcutâneo no período pós-parto em vacas leiteiras em lactação. Foram utilizadas 20 vacas da raça Holandesa com uma, duas e três lactações, distribuidas homogeneamente para cada grupo. 10 animais receberam uma dose de 150 mL de cálcio via subcutânea logo após o parto (2 horas) e 10 animais receberam apenas solução salina para efeito placebo de forma subcutânea (controle). As coletas de sangue foram realizadas nos dias 1 (parto) 2, 3, 7 e 10 após o parto. Foram avaliadas a incidência de hipocalcemia subclínica e clínica, proteínas totais, albumina, globulinas, glicose, colesterol e triglicerídeos. Também foram analisadas a composição (proteína, gordura, lactose e sólidos totais) do leite nos dias 5, 10 e 20 pós-parto. Quanto a composição do leite, houve aumento significativo (P<0,05) no dia 10 para lactose e dia 20 para gordura nos animais que receberam a suplementação com cálcio. Nos dias 3 e 10 pós-parto houve diferença significativa (P<0,05) de cálcio sérico no sangue dos animais que receberam cálcio. Concluiu-se que a utilização de dietas cátion aniônica negativa bem como a suplementação com cálcio injetável melhorou os parâmetros metabólicos de vacas leiteiras em lactação no período pós-parto.