A presente pesquisa apresenta uma análise semântico-lexical dos resultados obtidos da aplicação, in locu, dos instrumentos determinantes para esta pesquisa. Esta se justifica por cartografar um léxico ainda não cartografado, o da Microrregião pesquisada. Nessa perspectiva, partimos da hipótese que o acervo semântico-lexical falado por moradores da Microrregião de Marapanim/PA é diferente comparado ao proposto pelo Questionário Semântico-Lexical, do Comitê encarregado de elaborar o Atlas Linguístico do Brasil (QSL: ALiB, 2001). O objetivo geral é foi analisar as ocorrências semântico-lexicais de natureza diatópica e diastrática encontradas na fala de moradores dessa Microrregião, situada no Nordeste Paraense. Após leituras prévias, reconhecemos um dos pontos linguísticos a ser pesquisado, neste caso, o município de Marapanim, onde realizamos um piloto para avaliar a produtividade ou não dos instrumentos selecionados. Posteriormente, prosseguimos com a pesquisa para: verificar as lexias encontradas na fala de moradores, coletadas por meio do QSL, composto de 207 questões, distribuídas em 15 campos semânticos, com base nas variáveis sociais: sexo, faixa etária e classe social, em 20 (vinte) sujeitos com baixo nível de escolaridade; inscrever em tabelas as lexias de maior frequência e não coincidentes com a proposta pelo QSL, por campo semântico; registrar cartograficamente esse corpus e analisá-lo de acordo com um recorte geográfico, e uma abordagem quantiqualitativa. Para tornar o QSL (Questionário Semântico Lexical) mais produtivo, diluindo a necessidade de abstração dos sujeitos pesquisados no momento das respostas, construímos uma versão ilustrada do QSL: ALiB, 2001. O estudo pauta-se na Geolinguística, método cartográfico utilizado em estudos de caráter Dialetológico. Portanto, intercala no domínio de três áreas da ciência da linguagem a Linguística o que requer a leitura prévia dos teóricos da Dialetologia, da Sociolinguística e da Semântica-Lexical, e no entrelace dessas, nesta pesquisa em especial, com saberes educacionais que se processam na região amazônica/dialeto paraense. Os dados estudados permitiram identificar quatro pontos linguísticos (Distrito de Marudá/Marudanópolis, de Marapanim, de Matapiquara e de Monte Alegre do Maú), representantes da região de Marapanim, onde observamos o léxico entre os falantes das referidas localidades, e em relação ao proposto pelo ALiB, pleiteando mostrar que a fala desses moradores nessas regiões é diferente. Para a informatização dos dados produzidos, usamos os programas Microsolft Office Word e Excel 2010 e o software estatístico SPSS Statistical Package for the Social Sciences, objetivando sistematizar e analisar os dados da pesquisa de campo, respostas ao questionário semântico-lexical QSL aplicados aos sujeitos, de forma a cartografar a fala marapaniense, e a correlação dos léxicos registrados por campo semântico. Portanto, os resultados mostraram alta frequência de lexias não coincidentes com as propostas pelo QSL:ALiB e a baixa frequência de lexias que coincidiram com o proposto pelo ALiB, não inferindo de fato na diversidade semântico-lexical entre os falantes localizados geograficamente no Brasil, ao ponderamos que o local da pesquisa está na região Norte do País e o QSL foi elaborado no Estado do Paraná, Sul do Brasil. Isso nos permite reavaliar a afirmação inicial acerca de cartografar um léxico, ainda não cartografado, caracterizando um falar local/regional.