O presente trabalho tem como tema a escolarização do sujeito com deficiência intelectual (DI)
e discute práticas curriculares e tecnológicos a partir da concepção internacional Universal
Design for Learning (UDL), com tradução oficial Desenho Universal para Aprendizagem
(DUA). Assim, tomando como base o direito ao acesso, a participação e a aprendizagem da
pessoa com deficiência intelectual, objetivamos acompanhar e analisar a aplicação de um piloto
envolvendo o livro digital acessível e as concepções docentes sobre, ambos focando a
perspectiva do Desenho Universal Aplicado a Aprendizagem. Em termos metodológicos
optamos pela pesquisa qualitativa, com ênfase no estudo de caso. Levando em consideração
esses aspectos, a produção de dados foi levantada a partir de dois campos: a) Uma escola pública
na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, a qual ocorrerá a aplicação livro digital, realizada com
um aluno com deficiência intelectual, matriculado em classe regular; 2) Um curso de extensão
com a temática Desenho Universal para Aprendizagem, voltado prioritariamente para
professores da Baixada Fluminense, realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Campus Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. A nossa investigação se insere em dois projetos de
pesquisa: A escolarização de alunos com deficiência intelectual: políticas públicas, processos
cognitivos e avaliação da aprendizagem (OBEDUC/CAPES); Desenho Universal para a
Aprendizagem: Implementação e Avaliação do Protocolo do Livro Digital Acessível, ambos
vinculados à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Os resultados, entre outras
questões, denotam que apesar de avanços consideráveis nas políticas públicas, o ponto de vista
a respeito do alunado com deficiência intelectual ainda é estereotipado quanto à escolarização.
Nota-se que esse indivíduo, em função do estigma histórico, acaba, muitas vezes, passando pela
escola e pelo currículo como não aprendiz. Também ficou evidenciado na pesquisa que o livro
didático digital empregado nas práticas escolares pode originar novas perspectivas diante da
pessoa com deficiência intelectual. Com relação ao curso de extensão, os dados mostraram a
importância da tecnologia, mas com a compreensão que tal instrumento não substitui a
mediação pedagógica, nem tão pouco garante sozinha o êxito dela. Por fim, apesar dos desafios,
entendemos que o nosso estudo evidencia possibilidades e perspectivas que contribuem para a
participação do aluno com deficiência intelectual na escola inclusiva.