O refluxo gastroesofágico (RGE) é um movimento espontâneo do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago, considerado fisiológico. Quando o produto do refluxo atinge as regiões supraesofágica – faringe e laringe – ocorrem os sintomas de Refluxo laringofaríngeo (RLF), caracterizado por disfunção no esfíncter esofágico superior (EES). Os sintomas mais frequentes do RLF são: globus faríngeo, pigarro, halitose, disfonia, odinofagia, disfagia, regurgitação, tosse, entre outros; tendo como sinais característicos edema subglótico, obliteração dos ventrículos, eritema/hiperemia, edema das pregas vocais, edema laríngeo difuso, hipertrofia interaritenoidea, granuloma/tecido de granulação, muco endolaríngeo espesso, dentre outros. O RLF é uma doença com impacto negativo na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a contribuição adicional de medidas não farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas do refluxo laringofaríngeo. Método: Trata-se de estudo clínico randomizado, realizado nas dependências da Unifesp - Escola Paulista de Medicina, no Ambulatório de Laringologia e Voz, que faz parte do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A amostra foi composta por 32 pacientes, divididos por meio de sorteio em dois grupos, A e B, sendo que ambos os grupos fizeram tratamento farmacológico. Somente o grupo A realizou tratamento simultâneo com as medidas comportamentais. O tratamento teve duração de 90 dias, divididos em três consultas, sendo a primeira para o diagnóstico por meio de videolaringoscopia e aplicação da escala dos sintomas, a segunda para reforçar a aderência ao tratamento e a terceira para finalizar o estudo, com nova aplicação da escala de sintomas. Para diagnóstico dos pacientes, foram analisadas as imagens de videolaringoscopia por dois médicos Otorrinolaringologistas, que preencheram a escala de sinais Reflux Finding Score (RFS). A análise de confiabilidade do escore total da RFS (escala de sinais) foi feita com o total da amostra, por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para avaliar a contribuição adicional de medidas farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas de RLF, os grupos A (medicação + orientação) e B (medicação) foram comparados no momento inicial em relação à idade e aos sinais e sintomas; após 15 dias sem relação à aderência e, após três meses, em relação à melhora dos sintomas. Para todos os testes estatísticos utilizados nestas comparações, considerou-se o nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta de 62% do sexo feminino,
O refluxo gastroesofágico (RGE) é um movimento espontâneo do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago, considerado fisiológico. Quando o produto do refluxo atinge as regiões supraesofágica – faringe e laringe – ocorrem os sintomas de Refluxo laringofaríngeo (RLF), caracterizado por disfunção no esfíncter esofágico superior (EES). Os sintomas mais frequentes do RLF são: globus faríngeo, pigarro, halitose, disfonia, odinofagia, disfagia, regurgitação, tosse, entre outros; tendo como sinais característicos edema subglótico, obliteração dos ventrículos, eritema/hiperemia, edema das pregas vocais, edema laríngeo difuso, hipertrofia interaritenoidea, granuloma/tecido de granulação, muco endolaríngeo espesso, dentre outros. O RLF é uma doença com impacto negativo na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a contribuição adicional de medidas não farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas do refluxo laringofaríngeo. Método: Trata-se de estudo clínico randomizado, realizado nas dependências da Unifesp - Escola Paulista de Medicina, no Ambulatório de Laringologia e Voz, que faz parte do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A amostra foi composta por 32 pacientes, divididos por meio de sorteio em dois grupos, A e B, sendo que ambos os grupos fizeram tratamento farmacológico. Somente o grupo A realizou tratamento simultâneo com as medidas comportamentais. O tratamento teve duração de 90 dias, divididos em três consultas, sendo a primeira para o diagnóstico por meio de videolaringoscopia e aplicação da escala dos sintomas, a segunda para reforçar a aderência ao tratamento e a terceira para finalizar o estudo, com nova aplicação da escala de sintomas. Para diagnóstico dos pacientes, foram analisadas as imagens de videolaringoscopia por dois médicos Otorrinolaringologistas, que preencheram a escala de sinais Reflux Finding Score (RFS). A análise de confiabilidade do escore total da RFS (escala de sinais) foi feita com o total da amostra, por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para avaliar a contribuição adicional de medidas farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas de RLF, os grupos A (medicação + orientação) e B (medicação) foram comparados no momento inicial em relação à idade e aos sinais e sintomas; após 15 dias sem relação à aderência e, após três meses, em relação à melhora dos sintomas. Para todos os testes estatísticos utilizados nestas comparações, considerou-se o nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta de 62% do sexo feminino,xv
69% trabalhadores, idade média 49,3 anos (26 a 83 anos). De acordo com a escala de sinais observados na videolaringoscopia para diagnóstico de RLF, o valor do coeficiente de correlação intraclasse referente à concordância do escore total do “Reflux Finding Score – RFS”, no estudo realizado por 2 observadores com 32 indivíduos foi de 0,560 (IC 95% : 0,267 – 0,758), indicando confiabilidade moderada/ satisfatória. De acordo com a avaliação no início do estudo, os grupos foram semelhantes quanto à idade; escore total da escala de sinais (média=9,8 e desvio-padrão=2,57) e escore total da escala de sintomas (média=15,1 e desvio-padrão=8,84). O diagnóstico RLF foi considerado positivo quando o parâmetro de RSI foi > = 13 e/ ou RFS > = 7. Os sintomas foram positivos em 18/32 (56,3%) e os sinais foram positivos em 27/32 (84,4%). Os pacientes de ambos os grupos foram semelhantes em relação à aderência ao tratamento: 93,8% dos pacientes tomaram o remédio regularmente, 84,4% não sentiram desconforto com a medicação e 81,3% afirmaram ter facilidade na realização das medidas comportamentais. Em toda a amostra houve melhora da intensidade dos sintomas (escore total), do momento pré para o momento pós-tratamento em toda a amostra (p=0,001). A redução do escore total da escala de sintomas foi estatisticamente significante no Grupo A (p=0,031) e no Grupo B (p=0,008). Ao analisar em qual dos grupos os pacientes melhoraram, não foi encontrada diferença estatisticamente significante (p=0,659). Conclusão: Houve melhora dos sintomas de modo semelhante nos dois grupos de pacientes, os que receberam tratamento farmacológico exclusivo e aqueles que receberam orientação não farmacológica concomitantemente, entretanto, não foi observado impacto adicional das medidas comportamentais neste grupo de pacientes com sintomas de refluxo laringofaríngeo.