As neoplasias mamárias em felinos são o terceiro tumor mais frequente na espécie e embora tenham sido realizados alguns estudos nesta área em cadelas, em gatas, ainda há muito a ser explorado. O presente estudo tem como objetivo avaliar os aspectos clínicos, histopatológicos e laboratoriais de gatas portadoras de neoplasia mamária. Foram selecionadas 28 gatas, com idade variando entre cinco e 17 anos (±10,29), nas quais foram realizados radiografia torácica e ultrassonografia abdominal, hemograma, bioquímica sérica e citologia, os quais foram utilizados para interpretação, estadiamento tumoral e avaliação pré-operatória. Realizou-se mastectomia e linfadenectomia segundo as técnicas de Fossum (2014) e estudo histopatológico do material excisado. Foi observado que 43,46% eram castradas e que 67,86% fizeram uso de contraceptivos sintéticos. Com relação ao estadiamento, 64,28% dos animais se encontravam no estágio 3 (TNM 3), 21,43% no estágio 1 (TNM 1) e 14,28% no estágio 2 (TNM2). Dentre os achados clínicos, observou-se ulceração em 53,57% das neoplasias analisadas. As mamas mais frequentemente acometidas foram as inguinais (34,78%), seguido das abominais caudais (32,61%), abdominais craniais (21,74%) e torácicas (10,87%). Das neoplasias 80,47% foram malignas, sendo estas classificadas pelo exame histopatológico em carcinomas. Com relação à pesquisa de metástase nos linfonodos foi constatada presença de metástase em 21,43% dos linfonodos inguinais. Dentre os achados laboratoriais, observou-se anemia em 14,28%, trombocitopenia em 57,14%, leucocitose em 31,71%, linfopenia 75%, uremia 14,28%, aumento de creatinina 14,28%, aumento do aspartato amino transferase (AST) em 14,28% alanina amino transferase (ALT) em 7,14%, 19,04% Gama glutamil transferase (GGT) elevada em 14,28% constatou-se a Fosfatase alcalina (FA) com valores acima dos padrões de referência para a espécie felina. Analisando os eletrólitos observou-se hipercloremia em 7,14% dos animais, hipernatremia em 100% destes, hipercalemia e hipofostatemia em 50%, hipercalcemia em 21,43% e aumento nos níveis de Magnésio em 77,78%. Conclui-se que a avaliação das neoplasias mamárias em felinos auxilia na abordagem clínica dessas pacientes, possibilitando um delineamento de um diagnóstico e prognóstico mais preciso e um tratamento mais adequado, contribuindo assim na melhoria da qualidade de vida desses animais.